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Carnaval: moda consciente e festas com menos impacto ambiental

O Carnaval sustentável busca minimizar o impacto ambiental das tradicionais celebrações carnavalescas
(Canva Pro)

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Com a aproximação do Carnaval, surge uma tendência cada vez mais forte em meio à folia: a moda sustentável e a conscientização sobre o impacto ambiental das festividades. É cada vez mais comum observar uma busca por soluções inteligentes que trabalhem a sustentabilidade, não apenas no dia a dia, mas também durante os momentos de diversão.

Nos últimos anos, a moda sustentável ganhou destaque com a criação de brechós e a valorização do conceito de reciclagem do guarda-roupa. A ideia de reutilizar roupas e acessórios, em vez de adquirir novos itens que serão utilizados apenas uma vez, tornou-se uma tendência crescente. 

Nesse contexto, lojas como a ‘Só Usei uma Vez’, de Brasília, que trabalham com moda secondhand, oferecem opções sustentáveis para o Carnaval e incentivam o consumo consciente. Bia Teixeira, proprietária da loja, destaca a importância de investir em peças de qualidade e incentivar a criatividade na hora de compor os looks carnavalescos.

“A mentalidade de ‘só vou usar no Carnaval, não quero pagar caro’ está sendo questionada. O que é investimento para você? É pagar por uma peça que será usada apenas uma vez, ou investir em qualidade e durabilidade? Nossa missão é incentivar o consumo consciente e a criatividade, proporcionando alternativas sustentáveis para o Carnaval e além”, ressalta Bia Teixeira.

Bia Texeira cria conteúdos ensinando como usar o mesmo look para várias ocasiões, inclusive no Carnaval (Reprodução/Instagram)

A reutilização das peças do guarda-roupa é uma prática que vai ao encontro dos princípios da sustentabilidade e da redução do consumo excessivo. 

Bia Teixeira, explica que para incentivar o aproveitamento de peças, ela utiliza o Instagram da loja para dar dicas de looks para suas clientes. “Todos os dias eu faço provador com pelo menos cinco produções. Dessa forma, mostro um pouco de como usaria determinada peça, as combinações que faria e formas diferentes de usar”, conta.

Para o Carnaval, a ideia foi justamente mostrar que o look usado em um bloquinho, pode tranquilamente ser utilizado em várias outras ocasiões. 

“Aí entra o nosso papel em incentivar esse consumo consciente e a criatividade. O metalizado, o brilho, estão fortes na moda, principalmente na proposta Hi-lo, que eu particularmente amo. Um look mais básico mas com informação de moda que a maioria ainda não consegue pensar e inovar. Tento levar essas inspirações e referências para que no fim se arrisquem e façam compras mais assertivas”, detalha.

Outros vilões ambientais no Carnaval 

Um dos principais vilões ambientais do Carnaval é o glitter, responsável por grande parte da poluição hídrica. No entanto, existem alternativas mais sustentáveis, como o glitter biodegradável, que oferecem uma opção mais segura para a natureza. 

Apesar de ser um pouco mais caro que as versões tradicionais, o glitter biodegradável é menos poluente e contribui para a preservação dos ecossistemas aquáticos.

O glitter convencional é feito de pequenas partículas de plástico, muitas vezes chamadas de microplásticos. Essas partículas são extremamente pequenas e podem facilmente ser ingeridas por organismos marinhos e terrestres, causando danos à vida selvagem e entrando na cadeia alimentar.

O químico Mateus de Sá, explica como o glitter pode ser nocivo ao meio ambiente. “Devido ao seu tamanho, o glitter é muito difícil de ser removido do ambiente natural. Mesmo que seja feito um esforço para limpar as áreas afetadas pela poluição do glitter, é praticamente impossível remover todas as partículas”, comenta o profissional. 

Outra questão importante é a produção de fantasias descartáveis, feitas com materiais que não são biodegradáveis e que acabam se desfazendo durante a festa, gerando resíduos que prejudicam o meio ambiente. 

Uma alternativa é investir em fantasias mais duráveis, feitas de tecidos sustentáveis, como a chita de algodão, que podem ser utilizadas várias vezes e contribuem para a redução do impacto ambiental.

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