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Cárie de mamadeira: como prevenir e tratar o problema?

A **cárie de mamadeira**, sendo o mais correto chamarmos de cárie na primeira infância (CPI) é definida como a presença de uma ou mais superfícies cariadas (cavitada ou não cavitada), perdidas ou restauradas (devido à cárie) em qualquer dente de leite de uma criança com menos de seis anos de idade.

É uma forma **agressiva** de cárie, que se inicia depois do nascimento dos dentes, progredindo em superfícies lisas, com rápido desenvolvimento e fazendo com que tenha influência negativa e duradoura na dentição.

A cárie na primeira infância é associada principalmente pelo **fator socioeconômico** que pode implicar em diversos pontos, por exemplo, o baixo poder aquisitivo na compra de alimentos não cariogênicos e na compra de produtos de **higiene bucal**, como também a dificuldade de levar a criança ao profissional para avaliação e **acompanhamento**.

Também foi notado como fator associado à cárie na primeira infância a **baixa escolaridade** da mãe/responsável que pode impedi-los de obter informações necessárias para um **melhor entendimento** da saúde bucal da criança.

As **práticas alimentares** também foram vistas como pontos relevantes, visto que uma criança com a dieta cariogênica está mais propicia a desenvolver a doença e juntamente com a má higiene oral haver um progresso na evolução.

Esse problema é muito mais comum em crianças que dormem com a mamadeira ou com chupetas embebidas em alguma solução açucarada, como mel ou produtos similares. Por isto é conhecido também como cárie de mamadeira.

Quando os açúcares entram em contato com os dentes e outras estruturas da boca do bebê, como as gengivas, as bactérias entram em ação. Elas produzem ácidos e outras substâncias que corroem gradativamente o esmalte dos dentes, danificando sua superfície e abrindo caminho para áreas mais internas.

Durante a noite, os riscos se intensificam devido à queda na produção de **saliva**, que contém substâncias responsáveis pela oxigenação bucal e pela neutralização de açúcares e agentes nocivos.

Acreditar que a cárie em bebês é inofensiva é um **erro muito comum**. Para a maioria das pessoas, os danos causados aos dentes de leite não apresentam grandes riscos, já que eles serão posteriormente trocados pela dentição fixa da criança. Na prática, no entanto, **as coisas são muito diferentes**.

Os dentes de leite podem até ser temporários, mas sua deterioração pode trazer prejuízos que duram a vida toda. Além de serem necessários para a criança, sendo usados em atividades como a fala e a mastigação, os dentes de leite servem como **base** para a **dentição definitiva**. Em outras palavras, podemos dizer que eles agem como moldes para a localização dos dentes fixos.

Com a cárie precoce da infância e os consequentes danos trazidos para esses dentes, portanto, o bebê pode sofrer com **dentes tortos** ou danificados na fase adulta. Esse tipo de problema vai muito **além da estética**, podendo causar **dores, enxaquecas, problemas mastigatórios** e afetar até mesmo a respiração e digestão.

Além disso, devemos citar os perigos da infecção causada pelas cáries, que causam muita dor e desconforto. Se não tratadas adequadamente, podem evoluir para um quadro inflamatório **muito mais sério**. Em casos mais extremos, as bactérias caem na corrente sanguínea e podem afetar outros órgãos, criando um problema sistêmico.

Os sintomas da cárie de mamadeira são bastante semelhantes aos do problema que atinge pessoas de outras faixas etárias. Muitas vezes, essa situação não apresenta qualquer sinal e pode evoluir até estágios mais graves sem que sequer se note sua ocorrência. Outras vezes, porém, o bebê pode apresentar dor ou desconforto, acompanhado ou não de falta de apetite ou inquietação.

Além disso, sintomas como mau hálito ou vermelhidão e inchaço nas gengivas podem surgir. De toda maneira, o sintoma mais comum é visto em forma de manchas ou sinais de danos nos dentes da frente, área mais acometida pela cárie de mamadeira. Os dentes de trás também podem ser atingidos.

O tratamento para esse problema dependerá de uma série de fatores, como a idade do paciente , estágio em que se encontram as cáries e a saúde geral da criança. Em casos iniciais e mais brandos, costuma-se aplicar produtos com flúor, que podem reverter a situação e devolver a integridade dos dentes afetados. Existe também os cariostaticos que paralisam a doença mas tem como sequela deixar os dentes escuros.

Restaurações também podem ser feitas em situações mais leves. Já em casos mais severos, o tratamento é similar ao feito em adultos, com canal ou até mesmo a extração dos dentes danificados. Para evitar a perda dentária, é essencial buscar auxílio odontológico assim que os sintomas surgirem.

**Como prevenir**

Em primeiro lugar, devemos ressaltar a importância das consultas regulares com um odontipediatra. Além de prevenir eventuais problemas e diagnosticá-los o quanto antes, as consultas regulares com um dentista auxiliam na familiarização dos pequenos com o ambiente do consultório, evitando experiências traumáticas e facilitando a realização de procedimentos.

Outras medidas importantes para a prevenção desse problema são:

– Escovar os dentes da criança a partir da erupção do primeiro dentinho, sempre com produtos específicos para a idade;

– Usar o fio dental assim que os dentes aparecerem, de acordo com os critérios orientados pelo dentista;

– Evitar oferecer produtos extremamente açucarados, como refrigerantes;

– Não permitir que o bebê durma com a mamadeira contendo líquidos com açúcar, mesmo que naturais;

– Evitar passar ingredientes adocicados, como mel, na chupeta do bebê;

– Não dar açúcar artificial antes dos dois anos de idade

– Incentivar o uso de copos assim que a criança completar 1 ano de idade;

– Fornecer uma alimentação saudável e equilibrada para o bebê.

**Sobre a Autora**:

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_Ilana Marques é especialista em Odontopediatria, habilitada em Laserterapia e em Sedação Inalatória e capacitada em sedação medicamentosa. Odontopediatria da clínica IGM Odontopediatria, também atua como professora de Habilitação em Laserterapia com Ênfase em Odontopediatria e em Sedação Consciente. Autora de 3 livros na área de Odontopediatria. Estágios em NY- EUA e Lyon-França, mas áreas de Odontopediatria. Sedação Inalatória e Psicologia. Membro da ABS (Associação Brasileira de Saúde – Grupo Caproni)._

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