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Caos em Brasília: PF isola hotel de Lula e bolsonaristas queimam veículos

Extremistas tentavam resgatar o indígena José Acácio Serere Xavante, acusado de incitar atos antidemocráticos. Região central de Brasília foi fechada e teve a segurança reforçada

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O Comando de Operações Táticas da Polícia Federal (PF) e a tropa de choque da Polícia Militar do Distrito Federal cercaram nesta segunda-feira, 12, o hotel do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após grupos extremistas darem início a ações violentas em Brasília. Os ataques começaram horas após a cerimônia de diplomação de Lula pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O tumulto foi iniciado depois que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a prisão temporária do indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador do presidente Jair Bolsonaro. A prisão foi decretada a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) por indícios de crimes de ameaça, perseguição e manifestações antidemocráticas em vários pontos de Brasília.

![Indígena José Acácio Serere Xavante, preso por determinação de Alexandre de Moraes (Reprodução/Twitter)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/Reproducao_Tserere_637999e757.png)

Os atos ocorreram, de acordo com a PF, em frente ao Congresso, ao Aeroporto Internacional, em shoppings, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde Lula e o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin estão hospedados.

Segundo relato de testemunhas, a confusão começou após a Polícia Federal prender um dos manifestantes bolsonaristas que se diz indígena. Revoltados, grupos começaram a tocar fogo em veículos e no meio de vias no centro de Brasília. Pelo menos dois ônibus e vários carros foram incendiados pelos manifestantes.

![Veículos incendiados na região central de Brasília: extremistas não tiveram problemas em causar pânico e destruição](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/Whats_App_Image_2022_12_12_at_21_30_43_87c946dc0c.jpeg)

Um grupo incendiou um ônibus no Eixo Monumental – principal via pública da capital federal – e outros carros foram danificados em frente à Polícia Federal. Vestidos de verde e amarelo, manifestantes tentaram invadir a sede da PF. No Setor Hoteleiro Norte, manifestantes foram contidos com bombas de efeito moral e gás de pimenta.

Em nota, a Polícia Militar do Distrito Federal informou que o tumulto começou após a prisão de um líder indígena. “_Índios tentam invadir o prédio da PF na Asa Norte_”, destaca o comunicado, ao afirmar que a PM deslocou guarnições “_para controlar a situação com a aplicação das forças táticas e Batalhão de Choque_”.

![Reprodução/Twitter ](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/Reproducao_Twitter_bolsonaro_833407bd12.jpg)

O Supremo Tribunal Federal (STF), em nota no Twitter, afirmou que o ministro Alexandre de Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e “_decretou a prisão temporária, pelo prazo de dez dias, do indígena José Acácio Serere Xavante, por indícios da prática de crimes em atos antidemocráticos._”

“_Segundo a PGR, Serere Xavante vem se utilizando da sua posição de cacique para arregimentar indígenas e não indígenas para cometer crimes, mediante ameaça de agressão e perseguição do presidente eleito (Lula) e de ministros do STF_”, afirmou a Corte, na rede social. “_A prisão se fundamentou na necessidade de garantia da ordem pública, diante da suposta prática dos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do estado democrático de direito._”

Mais cedo, a Polícia Militar do Distrito Federal também já havia reforçado a segurança no hotel de Lula após uma discussão entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e militantes petistas.