A produção brasileira conta a história de um ex-bancário e capitão exonerado do exército, que vive em São Paulo. Ubaldo está desempregado e sem condições financeiras para custear as despesas médicas de seu pai adotivo, que encontra-se enfermo no hospital.
Certo dia ele encontra em casa um documento de Cratará, cidade do sertão cearense, que se refere à uma herança deixada por seu pai biológico. Ubaldo, que deixou Cratará ainda muito criança, não se recorda de nada dessa época, não lembra da família ou de qualquer fato de sua infância. Ele segue para Cratará, com o único objetivo de resolver seus problemas financeiros, mas chegando lá, ele se depara com duas irmãs até então desconhecidas, e se envolve com um bando de criminosos que vive de assaltos à pequenas agências bancárias de cidades vizinhas.
Desde o 1º episódio ao último esse faroeste nordestino moderno cresce em ritmo e emoção. A filmagem em locações do sertão imprimem à série a cor local e verossimilhança que resultam em cenas vibrantes e dramáticas. Agora os novos cangaçeiros usam calças jeans, celulares, dinamites e artefatos modernos.
Cangaço Novo faz uma forte crítica social, escancarando velhos problemas estruturais, como a escassez de água e o eterno descaso dos políticos com a população, que acontece até os dias de hoje na região mais pobre do país. A série brilha com sua direção, elenco, arte, narrativa, fotografia e história e os personagens são, em sua maioria nordestinos, atores talentosos e desconhecidos do grande público.
O atual cenário do cangaço nos é apresentado através do olhar de Ubaldo, numa belíssima interpretação cênica de Allan Souza Lima. O ator pernambucano esbanja talento e carisma, e faz do ex-capitão um personagem tridimensional com muitas camadas que enriquecem, a cada episódio, a narrativa da série. Os roteiristas conseguem desenvolver nos 8 episódios um arco dramático bem delineado para cada um de seus personagens. É uma série perfeita, ambiciosa, e já vem dublada em inglês.
