Retorno à esta coluna com uma ooesia que tem nome, endereço e destinatário: minha amada Brasília. Penso que, se sou filha do cerrado, sou filha do sol que move a terra. E eu não sei vocês, mas o que salga e adoça a minha terra se chama: Poesia.
Portanto, que honra ter esse espaço para versejar.
Espero que gostem e que seja próspero como deve ser!
CANDANGA
Se Brasília fosse uma rima
Teriam que reinventar o alfabeto
Unir todos em um só
Diversidade é o candango
Dos imigrantes aos pataxós
Em Brasília não há tropeço
Você me diz o erro
E eu te digo o preço
Mas aqui é homenagem
Não quero maldizer minha cidade
O que me dói é dividi-la
Com quem mancha teu nome
Com quem finge ser tua cria
Se Brasília tivesse que virar rima
Convocaríamos todos os arquitetos
Que coubessem na esplanada
E não adiantaria nada
Teriam que traçar uma língua nova
Em tentativa vã
Em tentar tornar verso
O que não cabe num versejar”
Fernanda Gonzaga.