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Câncer infantil: diagnóstico tardio e acesso desigual impactam sobrevida de pacientes

Especialistas alertam sobre a importância do diagnóstico precoce e das disparidades regionais no tratamento da doença

Com a chegada de fevereiro, o Dia Mundial do Câncer (04) entra em pauta, já que é uma data dedicada à conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce e do acesso igualitário ao tratamento da doença.

No Brasil, o câncer é a principal causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de zero a 19 anos, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Embora os avanços médicos tenham aumentado as chances de sobrevida em muitos países, a realidade brasileira ainda apresenta desafios.

Enquanto nações de alta renda registram taxas de cura entre 80% e 85%, o Brasil tem uma média de 64%, com diferenças marcantes entre as regiões. Os índices são mais elevados no Sul e Sudeste e significativamente menores no Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

A oncologista pediátrica da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), Maristella Bergamo, destaca que um dos principais entraves para a melhoria desses índices é o atraso no diagnóstico.

“Diversos fatores interferem tanto nessa discrepância quanto nas taxas de sobrevida, sendo talvez o mais importante o atraso no diagnóstico”, afirma a especialista.

Diagnóstico tardio

Pesquisas apontam que a demora no diagnóstico está ligada a diversos fatores, incluindo dificuldades no acesso aos centros especializados, crenças na medicina tradicional, baixa renda familiar e falta de transporte.

Uma revisão sistemática de 95 estudos realizados em países de baixa e média renda identificou esses como alguns dos principais desafios enfrentados por pacientes e famílias.

A cartilha Diagnóstico Precoce do Câncer na Criança e Adolescente, do Inca, reforça que a localização do tumor, a idade do paciente e os entraves no sistema de saúde também contribuem para a demora no início do tratamento.

Isso pode acarretar em necessidade de tratamento mais agressivo, maior possibilidade de sequelas e menores taxas de cura”, explica a médica.

Sinais de Alerta

Os sintomas do câncer infantojuvenil podem ser facilmente confundidos com doenças comuns da infância, o que torna o diagnóstico ainda mais desafiador. Febre persistente e cansaço podem indicar leucemia; inchaço nos gânglios pode estar relacionado a linfomas; dores de cabeça podem ser sinais de tumores cerebrais.

Por isso, especialistas reforçam a importância de médicos e familiares estarem atentos a sinais persistentes e investigarem prontamente qualquer suspeita.

Não se trata de um paciente com câncer sozinho. A oncologia pediátrica é feita com muitas mãos, com muitos profissionais de diversas áreas atuando para diminuir a desigualdade e aumentar a sobrevida de todas as crianças e adolescentes com câncer ao redor do mundo. Ganhar tempo no diagnóstico é o primeiro passo”, conclui a especialista.

 

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