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Câncer de mama durante a gestação: desafios e tratamentos

Diagnóstico ocorre em cerca de uma a cada três mil gestantes brasileiras

O câncer de mama é uma das doenças mais prevalentes entre as mulheres em todo o mundo, e sua relação com a gravidez é um tema que desperta preocupação. O diagnóstico da patologia durante a gestação, embora raro, tem se tornado uma questão cada vez mais discutida, à medida que mais mulheres adiam a maternidade e a incidência da doença cresce.

Em 2025, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que mais de 73 mil novos casos do tumor sejam diagnosticados no País. Embora a doença seja mais frequente após os 50 anos, ela também pode atingir mulheres mais jovens. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Oncologia (SBOC), o chamado câncer de mama gestacional (CMG), diagnosticado durante a gravidez ou em até um ano após o parto, ocorre em cerca de uma a cada três mil. Embora a incidência seja baixa, a condição representa um grande desafio, pois envolve o equilíbrio entre o tratamento e a preservação da saúde da gestante e do bebê, além dos impactos psicológico e emocional para as mulheres.

Diagnóstico

Identificar o câncer de mama durante a gravidez pode ser mais desafiador do que se imagina, por causa das mudanças naturais no corpo de cada uma nessa fase. O aumento das mamas, o espessamento das glândulas e os desconfortos normais podem mascarar os primeiros sinais da doença, o que, segundo a mastologista Karimi Amaral, traz um atraso na busca por avaliação médica. Além disso, exames de imagem como mamografias e tomografias computadorizadas, que são frequentemente utilizados para detectar a patologia, podem não ser tão indicados ou seguros para o bebê, o que exige alternativas mais cautelosas. 

Isso ressalta a importância de um acompanhamento cuidadoso e de uma avaliação clínica realizada por mastologista durante a gravidez, especialmente para mulheres com histórico familiar ou fatores de risco para câncer de mama“, explica Karimi.

Exames como a ultrassonografia e a ressonância magnética, que não apresentam riscos conhecidos, são as opções mais utilizadas para o diagnóstico precoce. “A detecção tardia durante a gestação pode levar a diagnósticos em estágios mais avançados. É importante fazer avaliação com mastologista ao menos uma vez durante a gestação“, ressalta a médica, para evitar a descoberta do tumor em estágios mais avançados.

O tratamento do câncer de mama durante a gestação exige uma abordagem personalizada. A decisão sobre a melhor estratégia terapêutica depende do estágio da doença, do período da gestação e das condições de saúde da mãe e do feto. Em muitos casos, a cirurgia para remoção do tumor pode ser realizada, pois é considerada segura, principalmente a partir do segundo trimestre. 

A quimioterapia, que é frequentemente usada para tratar o câncer, também pode ser administrada durante a gestação, mas com cuidados especiais. Geralmente, os médicos optam por iniciá-la após o primeiro trimestre, quando os órgãos do filho já estão formados. No entanto, é crucial monitorar o desenvolvimento fetal de perto durante todo o tratamento. 

Em casos em que a gestante é diagnosticada em um estágio mais avançado, a escolha de tratamentos agressivos pode ser considerada, mas sempre com a avaliação rigorosa dos benefícios e riscos para a mãe e o bebê. O acompanhamento multidisciplinar, envolvendo oncologistas, ginecologistas obstetras e neonatologistas, é fundamental para garantir o melhor prognóstico.

Desafios emocionais

Além dos desafios médicos, o câncer de mama durante a gravidez traz uma série de questões emocionais e psicológicas. O medo pela vida do bebê, as incertezas sobre o futuro e as mudanças no corpo são sentimentos que podem gerar grande angústia nas mulheres diagnosticadas. O apoio psicológico é fundamental nesse contexto, pois ajuda as pacientes a lidarem com as tensões e a tomarem decisões.

“As mulheres enfrentam um forte impacto emocional, lidando com o medo e a ansiedade, além de efeitos colaterais do tratamento que podem afetar a saúde e o bem-estar. O suporte psicológico e grupos de apoio são fundamentais para ajudá-las a navegar por essa experiência complexa, garantindo o acesso a informações claras e a um cuidado empático durante todo o processo”, diz a mastologista.

No entanto, a pesquisa sobre câncer de mama durante essa fase da vida da mulher tem avançado significativamente nos últimos anos. Com o aprimoramento das terapias e técnicas de diagnóstico, muitas conseguem continuar com a gestação e ter filhos saudáveis enquanto recebem o tratamento.

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