Cada mês ganha uma (ou mais) cor especial para trazer atenção a alguma doença ou problema de saúde, e incentivar cuidados como realização de exames, idas ao médico e melhora dos hábitos de vida. Março será colorido com três cores: amarelo, azul-marinho e lilás.
A campanha do Março Amarelo visa alertar a população sobre a endometriose, problema de saúde que afeta cerca de 190 milhões de mulheres e meninas em idade reprodutiva em todo o planeta, de acordo com dados de 2024 da Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse número corresponde a 10% da população mundial e, segundo o Ministério da Saúde, o mesmo índice é observado entre as brasileiras.
A endometriose consiste na proliferação de células do endométrio, que é o tecido que reveste a parte interna do útero, fora da cavidade uterina, e provoca uma reação inflamatória que pode atingir outros órgãos, como o intestino, a bexiga e os ovários.
Entre os principais sintomas da doença, destacam-se cólicas menstruais muito fortes, dores durante as relações sexuais, dor e sangramento intestinais e urinários durante a menstruação. Além disso, a endometriose pode levar à infertilidade e à dor pélvica crônica.
O Março Amarelo propõe a conscientização sobre a importância de ir à ginecologista com regularidade e manter os exames em dia, atitude que pode aumentar as chances de cura de certas doenças e, ainda, evitar que problemas se agravem.
Dados do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA) revelam que, em 2023, foram feitos 1.119 procedimentos relacionados à endometriose no Distrito Federal, entre atendimentos, exames e tratamentos. Em 2022, foram 645.

Útero | Foto: Neo Vita
Outro problema que ganha atenção em março é o câncer do colo do útero, que é a quarta maior causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, segundo o INCA. A campanha Março Lilás conscientiza sobre o diagnóstico precoce da doença, que, apesar de ser grave, quando descoberta no início, tem chances de cura de 80% a 90%.
A doença é provocada pela infecção de alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV), sendo a infecção genital a mais frequente (sexualmente transmissível). Na maioria das vezes, ela não evolui para um câncer, porém, pode acontecer caso ocorram alterações celulares.
A boa notícia é que essas modificações são facilmente detectadas no exame preventivo (Papanicolau) e, na maioria dos casos, são curáveis. A avaliação médica deve ser feita anualmente, pois o câncer do colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento e pode não apresentar sintomas na fase inicial.
Por fim, a última campanha do mês é o Março Azul-Marinho, que alerta sobre o câncer de intestino ou colorretal, o terceiro tipo mais comum no Brasil – o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima o surgimento de 41 mil novos casos por ano no País.

Intestino | Foto: Gastro Clínica
O câncer colorretal surge no intestino grosso (cólon) e no reto, região final do trato digestivo e anterior ao ânus. Os fatores de risco, que podem levar ao surgimento da doença, são: sedentarismo, sobrepeso, alimentação pobre em fibras e rica em carnes processadas e vermelhas, exposição à radiação, ao tabagismo e ao alcoolismo.
Essa doença é conhecida por ser mais silenciosa, visto que o crescimento do tumor é lento e, muitas vezes, os sintomas só aparecem quando está em um estágio mais avançado. No entanto, deve-se estar atento a alguns sinais, como: sangue nas fezes, mudança no hábito intestinal, dor ou desconforto abdominal, tipo cólica, com gases e inchaço abdominal, e evacuações dolorosas.
*Com informações do Ministério da Saúde