O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a fusão entre as empresas Petz e Cobasi, consideradas as duas maiores redes de varejo de produtos e serviços para animais de estimação no país. A decisão foi tomada pela Superintendência-Geral e autoriza a formação da maior companhia do setor no Brasil.
Segundo o órgão, a operação não representa riscos à concorrência nem configura abuso de poder de mercado. “Embora a nova companhia passe a deter posição de liderança em diversos mercados relevantes, a rivalidade continua presente e contestável. A aprovação ocorreu sem restrições”, afirma o advogado Luiz Guilherme Ros.
Atualmente, as duas empresas concentram quase metade das vendas do setor, especialmente no comércio eletrônico. No varejo físico, as lojas franqueadas operam em áreas de influência geográfica de até 15 minutos entre si. Juntas, Petz e Cobasi detêm aproximadamente 20% de market share.
Ros, que é ex-assessor do Cade, destaca que, mesmo com a aprovação sem restrições, o processo ainda pode ser reavaliado pelo Tribunal Administrativo da autarquia. “Após a publicação da decisão no Diário Oficial da União, inicia-se um prazo de 15 dias para que terceiros legitimados ou conselheiros do Cade solicitem a avocação do caso ou apresentem recurso”, explica.
Se não houver contestação no prazo legal, a aprovação da Superintendência-Geral se torna definitiva e a fusão poderá ser implementada imediatamente. “Nesse cenário, os próximos passos operacionais incluem a integração das estruturas físicas e digitais das empresas, unificação de sistemas logísticos e de atendimento e a reestruturação societária — com a incorporação da Petz pela Cobasi”, acrescenta o advogado.
A nova companhia será formada por 52,6% dos atuais acionistas da Petz e 47,4% da Cobasi. A expectativa é de que o grupo alcance uma receita anual de R$ 7 bilhões. Juntas, as duas marcas somam 494 lojas em 140 cidades e operam com 20 marcas próprias de produtos.