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Cabos de internet danificados no Mar Vermelho

Tensões na região do Mar Vermelho aumentaram após relatos de danos a cabos submarinos cruciais para as comunicações globais. Hutis no sul do Iêmen foram apontados como responsáveis pelo corte de vários cabos, causando interrupções significativas nas comunicações entre Europa e Ásia, especialmente no Golfo e na Índia. As informações são do World Israel News, The Guardian e Globes.

Os Hutis são um grupo que teve origem em 1992 no Fórum dos Jovens Crentes e é uma organização religiosa e cultural. Grande parte de seus membros são Zaidi, um movimento religioso geralmente associado ao xiismo, porém há sunitas. O movimento foi uma resposta ao alastramento do salafismo no Iémen, financiado pela Arábia Saudita.

Os quatro cabos danificados estão localizados no leito do Mar Vermelho, entre Djibouti, na África Oriental, e a Arábia Saudita, no Golfo Pérsico. Embora a AAE-1 (sudeste da Ásia-Europa via Egito), Seacom, EIG (Europa-Índia) e TGN (Europa-Ásia) tenham sido afetadas, o acesso à internet no Irã não foi prejudicado.

A reparação dos danos, conforme relatório do Globes, demandará pelo menos oito semanas. No entanto, devido aos contínuos ataques com drones e mísseis contra navios estrangeiros pelos Hutis, é provável que os reparos levem ainda mais tempo e custem mais, por causa do fator de risco. A localização das quebras dos cabos é estratégica e sensível geopoliticamente, tornando as operações de manutenção desafiadoras.

Relatos iniciais indicavam que grupos terroristas poderiam estar por trás dos danos aos cabos, mas evidências subsequentes apontaram para os Hutis. Apesar das negações por parte da liderança Huti, autoridades da região expressaram preocupações com a segurança das rotas marítimas e a possibilidade de novos ataques.

A tensão aumentou desde o início da guerra entre Israel e grupos terroristas como o Hamas e Hezbollah, com navios mercantes no Mar Vermelho sendo alvos de ataques de drones e foguetes. Os Hutis afirmam atacar apenas navios vinculados a Israel, EUA ou Reino Unido, porém, embarcações sem ligações diretas com esses países foram danificadas.

Além disso, há relatos de que um navio atacado pelos Hutis, o Rubymar, pode ter inadvertidamente danificado os cabos submarinos. Especula-se que o navio, severamente danificado em um ataque recente, esteja à deriva e que seu âncora arrastando possa ter causado danos aos cabos.

O que diz o Iêmen

O Ministério de Comunicações e Tecnologia da Informação do Iêmen, controlado pelos Hutis, negou qualquer envolvimento nos danos aos cabos submarinos e se ofereceu para facilitar as reparações, desde que as partes obtenham as licenças necessárias.

A situação é acompanhada de perto por autoridades internacionais, com preocupações não apenas sobre os impactos nas comunicações globais, mas também sobre possíveis desdobramentos ambientais devido ao vazamento de óleo do Rubymar, aumentando a complexidade desse cenário delicado e volátil.

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