Os eletrificados já estão entre nós. Muitos deles são leves, com o motor à combustão como a principal fonte de força. Mas no BYD Song Plus, a lógica é inversa: o conjunto elétrico é mais forte e o powertrain movido à gasolina é secundário. O SUV da fabricante chinesa promete 1.100 km de autonomia com tanque cheio e bateria recarregada.
São 235 cv de potência na combinação dos dois motores. Individualmente, o elétrico rende 179 cv e o movido à gasolina é 1.5 litro, capaz de gerar 110 cv. O câmbio é CVT sem simulação de marchas, como em outros veículos do mercado. Na prática, é preciso pisar muito no acelerador para escutar o combustível fóssil entrando em ação. Na maior parte do tempo, o silêncio impera. São necessárias três horas para que a bateria seja recarregada. O carregador é um brinde da BYD.
O sistema de regeneração do Song Plus demonstra uma grande competência. Em trechos urbanos, onde as velocidades não passam de 60 km por hora e os freios são acionados com frequência, a bateria é recarregada com rapidez. Durante o teste, o SUV se negou a ficar sem carga. Sem gasolina, é possível rodar até 51 km de distância. Com um controle no console central, o motorista escolhe entre EV (100% elétrico) e PHEV (híbrido plugin). É possível escolher entre três modos de condução, eco, normal e sport.
Em tempo real, o motorista é informado sobre o consumo de energia e sobre a regeneração. Basta tirar o pé do acelerador ou frear para que o painel de instrumentos mostre consumo negativo, o que significa que o sistema está se regenerando. Um fato curioso é que o condutor pode usar o motor à gasolina para aumentar os níveis da bateria. Com o carro parado, é só pisar no acelerador e, aos poucos, a carga vai subindo.
A garantia Song Plus é de cinco anos ou 200 mil km. No caso da bateria, são três anos adicionais.
Conforto
A cabine do Song Plus impressiona pela qualidade. Painel, console central, forros de porta e bancos têm revestimento em couro. O acabamento em dois tons dá um charme extra. Os assentos dianteiros são inteiriços e incluem regulagem elétrica. O teto solar panorâmico é de série.
A central multimídia tem 12,8 polegadas e possui sistema Android nativo. O motorista pode escolher se prefere o display na horizontal ou na vertical. O ar-condicionado dual zone é operado a partir da central e tem saída de ar voltada para os ocupantes do banco traseiro. O sistema de som possui nove alto falantes e uma qualidade acima da média. Um carregador por indução está localizado no console central e é mais uma comodidade do SUV.
Um conjunto de câmeras registra tudo o que acontece por fora do veículo. As da frente são capazes de dizer ao motorista a velocidade máxima da via. No painel de instrumentos de 12,3 polegadas, uma plaquinha é mostrada e pisca, caso o carro esteja acima do limite. Na central multimídia, é possível acompanhar o trajeto a partir das câmeras externas, inclusive na hora de fazer manobras.
O controle de cruzeiro adaptativo (ACC) é um dos destaques. O motorista tem a opção de escolher a velocidade máxima e a distância mínima do carro da frente. Assim, o carro acelera e freia sem a intervenção humana. Para aumentar a segurança, o auxílio de permanência em faixa vibra o volante caso o carro oscile na pista. O alerta de ponto cego, perto do retrovisor, é outro mecanismo para evitar colisões.
Estética
Além do interior refinado, as linhas externas chamam atenção. O SUV chinês demonstra robustez. As dimensões também ajudam: são 4,70m de comprimento por 1,89m de largura. A altura é de 1,68m. Tanto os faróis quanto as lanternas traseiras são full LED. São cinco opções de cores: cinza, vermelho, branco, preto e azul.
O tempo de carros chineses com visual genérico ficou para trás. O conceito dragon face, presente em todos os carros da BYD, é agradável aos olhos. Por onde passa, os pescoços viram. As perguntas, quando o carro para, também são inevitáveis. “Que marca é essa?”. “É bonito, hein?”. Ou seja, em relação ao design, quem comprar um Song Plus pode ficar despreocupado.
