A senadora Leila Barros (PDT-DF), conhecida como Leila do Vôlei e atual líder da bancada feminina do Senado, apresentou, nesta quarta-feira (4), a Carta das Mulheres do BRICS, um documento que consolida as principais pautas debatidas pelas parlamentares dos países-membros e parceiros do bloco internacional. O ato ocorreu durante a abertura do 11º Fórum Parlamentar do BRICS, em Brasília.
A leitura da carta ocorreu no evento que reuniu representantes de nações como Brasil, África do Sul, China, Cuba, Egito, Emirados Árabes Unidos, Índia, Irã e Rússia, além de países convidados como Etiópia, Indonésia e Arábia Saudita. O texto propõe ações concretas em favor da equidade de gênero, sustentabilidade e justiça digital, fortalecendo o papel das mulheres na governança global.
“A carta representa o compromisso das parlamentares do BRICS com uma agenda internacional guiada pela equidade de gênero, justiça social e sustentabilidade. As mulheres não querem mais esperar, querem decidir junto”, afirmou Leila durante o discurso.
O documento destaca a urgência de proteger as mulheres no ambiente digital, com medidas contra a violência online e a responsabilização das plataformas tecnológicas. Também propõe ampliar a presença feminina nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), com políticas que combatam algoritmos enviesados e incentivem o empreendedorismo digital entre mulheres.
Outro ponto relevante é o reconhecimento do impacto desproporcional das mudanças climáticas sobre as mulheres, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade. A carta defende iniciativas de financiamento climático com recorte de gênero, acesso à terra e incentivo à inovação sustentável liderada por mulheres.
As parlamentares também pedem paridade de gênero em cargos de poder, além de políticas efetivas para o enfrentamento da violência política de gênero. A carta sugere a criação de fóruns permanentes de cooperação legislativa entre os países do BRICS e a articulação de alianças empresariais femininas dentro do bloco.
Além disso, propõe diálogo com bancos de desenvolvimento, para garantir que mulheres sejam beneficiárias diretas de financiamentos e programas de investimento internacional.