Nascido em Ceilândia, em 1983, Antônio Obá retrata há anos o sincretismo religioso brasileiro e o preconceito étnico enraizado na cultura tupiniquim. Criador de obras potentes e diversas, com uma linguagem para além das pinturas, o artista é um dos nomes que está representando o Brasil na 12ª edição da Bienal de Liverpool, na Inglaterra.
Isa do Rosário, nascida em 1967, em Batatais, São Paulo, é a outra artista que vai expor na bienal. Também trabalha com temáticas religiosas que, por sua vez, tem contato desde pequenininha. Nascida em uma família muito católica, Isabel Cristina Raphael Vieira é devota da santa Maria de Rosário e a retrata de diferentes formas: pintura ou bordados, a paulista escolhe a técnica que a criatividade mandar.
À bienal, a artista trará tecidos de grande escala. Já Antônio trará a instalação “Jardim”, um espaço repleto de sinos de latão, que pretende chamar atenção do visitante por meio do som.
Tanto Antônio quanto Isa foram selecionados pela curadora Khanyisile Mbongwa. A mostra deste ano foi intitulada “uMoya: The Sacred Return of Lost Things” e destaca a importância da ancestralidade para o conhecimento, sabedoria e cura. A exposição aborda, ainda, temas comuns à história brasileira, como escravidão e colonialismo. A ideia é discutir e perceber a reconstrução por meio de um futuro construtivo e democrático.
A Bienal de Liverpool está aberta desde 10 de junho e seguirá até 17 de setembro.