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Brasília já foi palco de Brasil e Camarões em uma Copa do Mundo

Equipes se encontram pela terceira vez em um mundial de seleções. Em 2014, jogo no Estádio Mané Garrincha terminou em goleada

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Os mais novos não têm como se lembrar, mas houve um ano no qual os brasileiros torceram para Camarões. Na Copa da Itália (1990), após a seleção ser eliminada pela Argentina, todo o país trocou a camisa amarela pela verde e esperou que os Leões Indomáveis conseguissem ir o mais longe possível. A epopeia terminou nas quartas de final, mas Camarões do mítico goleiro N´Kono e do atacante Roger Milla colocou o país definitivamente no mapa do futebol mundial.

Quis o sorteio que, na Copa seguinte, nos Estados Unidos (1994) os camaroneses cruzassem o caminho do Brasil. Na fase de grupos, foi mera formalidade para Romário, Bebeto e até para Márcio Santos marcarem 3 a 0 nas redes do goleiro Bell.

![Na Copa de 1994, nos EUA, quem brilhou foi Romário: vitória tranquila contra os africanos (Arquivo/CBF)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/Romario_1994_camaroes_9bbbde9b7a.jpg)

Depois disso, as duas seleções só se reencontraram na Copa de 2014, no **estádio Mané Garrincha, em Brasília**. Cada vez mais longe dos melhores dias, Camarões caiu por 4 a 1 sem oferecer a mínima resistência. Neymar, duas vezes, Fred e Fernandinho foram os autores dos gols naquela tarde, classificando a equipe para as oitavas de final. Uma atuação de gala no que foi o 100º jogo do Brasil em Copas do Mundo.

![Neymar brilhou no jogo entre Brasil e Camarões, em 2014, na capital (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/Marcello_Casal_Jr_Agencia_Brasil_selecao_7d4b17abbc.jpg)

**Relembre o jogo no Mané Garrincha, em 2014:**

![Jogo de 2014 foi o 100º do Brasil em Copas do Mundo: atuação memorável em Brasília](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/920378_brasil_camaroes_9_b7ce28bbd9.jpg)

Tite ainda pode usar em 2022 três remanescentes daquela equipe: Daniel Alves, Thiago Silva e Neymar. Enquanto isso, os Leões, após a façanha de 1990, nunca mais passaram da primeira fase de um mundial de seleções, acumulando eliminações precoces e rugindo cada vez mais baixo.

A seleção comandada por Tite ainda fez um amistoso na Inglaterra, em 2018, contra Camarões. A vitória foi magrinha: 1 a 0, gol de Richarlison.

**Gosto amargo**

A única negativa lembrança que a seleção africana trouxe até hoje, além de uma vitória na Copa das Confederações em 2003, foi a eliminação nas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Sydney (2000). Para muitos, a equipe olímpica não pode ser equiparada à seleção principal, mas o sabor amargo da eliminação, com gol de ouro na prorrogação, causou estragos para o técnico Vanderlei Luxemburgo.

Foi um jogo atípico. Mboma fez 1 a 0 no 1º tempo. Camarões teve dois jogadores expulsos e o Brasil só conseguiu empatar aos 49 minutos do 2º tempo, numa cobrança de falta de Ronaldinho Gaúcho. Com essa dose extra de estímulo, o jogo foi para a prorrogação e, mesmo com dois homens a mais, a seleção levou um gol de M’Bami. A medalha de ouro foi embora e Camarões caminhou rumo a um improvável e único título. Eliminou o Chile nas semifinais e derrubou a Espanha, na final, nos pênaltis. A medalha que os brasileiros esperavam foi parar no peito da geração de Samuel Eto´o (famoso atacante camaronês com passagens por equipes como Barcelona, Inter de Milão e Chelsea).

Apenas a título de curiosidade, a seleção foi eliminada com Hélton; Baiano, Fábio Aurélio, Athirson (Roger) e Fábio Bilica (Lúcio); Álvaro, Marcos Paulo, Fabiano e Ronaldinho Gaúcho; Alex e Lucas (Geovanni).

“A tática do impedimento e a disposição dos camaroneses desmascararam o pretenso moderno futebol brasileiro. Um futebol feio e muito mal jogado dentro e fora de campo. No campo, jogadores que não demonstraram vontade, brio e qualidade técnica”, bradou o Jornal do Brasil do dia seguinte.

Em pouco tempo, os brasileiros já tinham esquecido o vexame e passaram a entoar pelos estádios do país o cântico: “Obina é melhor que o Etooooo”.

Ah, sim, para os mais novos, Obina era um jogador do Flamengo que nunca participou de uma Copa do Mundo, nem de uma Olimpíada, e talvez nem fosse melhor que o Eto´o.