A Fundação Bienal de São Paulo inaugurou a exposição (RE)INVENÇÃO no Pavilhão do Brasil, durante a 19ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza. Com curadoria dos arquitetos Luciana Saboia, Eder Alencar e Matheus Seco, do grupo Plano Coletivo, a mostra explora a relação entre infraestrutura urbana, práticas ancestrais e sustentabilidade contemporânea.
Dividida em dois atos, a exposição propõe uma reflexão sobre como as infraestruturas amazônicas ancestrais, moldadas por povos indígenas há mais de 10 mil anos, podem inspirar soluções para os desafios urbanos atuais. O primeiro ato destaca estratégias tradicionais de ocupação do território que aliam conhecimento técnico ao manejo ambiental, enquanto o segundo aborda a ressignificação de estruturas urbanas brasileiras, a partir de intervenções que integram natureza e arquitetura.
Entre os destaques está a Plataforma-Jardim, estrutura linear concebida como um jardim naturalista que reproduz a vegetação nativa do Planalto Central, conectando a temporalidade do bioma à arquitetura. Outras estratégias apresentadas envolvem o uso de painéis de compensado, contrapesos de pedra e sistemas suspensos que sugerem novas formas de ocupação e aproveitamento do espaço construído.
“A proposta curatorial convida o visitante a reavaliar a noção de infraestrutura, expandindo seu significado para além da funcionalidade e incorporando dimensões simbólicas e sociais”, afirma Eder Alencar.
A participação do Brasil dialoga com o tema central da Bienal deste ano, Intelligens. Natural. Artificial. Collective., proposto pelo curador italiano Carlo Ratti, que aborda a interseção entre inteligência natural e artificial. Segundo Andrea Pinheiro, presidente da Fundação Bienal de São Paulo, a mostra brasileira enfatiza a importância de práticas arquitetônicas mais sustentáveis e integradas ao meio ambiente.
A exposição segue em cartaz até 23 de novembro e busca destacar o compromisso do Plano Coletivo em propor ações arquitetônicas que ressoem tanto com as heranças culturais indígenas quanto com os desafios climáticos contemporâneos.