Rafael Zimerman, brasileiro que estava presente em Israel durante os ataques desfechados pelo grupo Hamas, concedeu uma entrevista exclusiva ao canal CNN Brasil nesta segunda-feira (9). Zimerman estava participando de um festival de música eletrônica quando os ataques ocorreram. Ele foi hospitalizado após os ataques e recebeu alta no último domingo (8).
Zimerman descreveu o início dos ataques: “A gente começou a ver muita luz vindo de cima. As pessoas começaram a olhar pra cima e aí a gente começou a ver os mísseis vindo e os mísseis estourando esses meses no ar como se fosse um fogo de artifício”.
Ele explicou como o festival foi imediatamente interrompido quando o alerta vermelho soou. As pessoas se abaixaram ou correram para sair do local. Inicialmente sozinho, Rafael conseguiu encontrar seus amigos. Com a ajuda de um veterano do exército israelense, o grupo buscou abrigo em um bunker.
“Eu estava no fundo do bunker. Eu conseguia ouvir tudo o que a policial falava, tudo que ela falava no rádio. Eles começaram a atirar contra ela. Eu estava do lado de dentro, do lado de fora, eu comecei a sentir os tiros no bunker. Eu comecei a ouvir as granadas, e todo mundo apreensivo”, declarou Rafael.
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Durante a entrevista, Zimerman também mencionou a tragédia que se abateu sobre algumas das pessoas que estavam com ele no bunker. “Eles pegaram ela, mataram, atiraram pra cima para comemorar. Então o desespero tomou geral, tomou geral. A gente sabia que ia morrer, Todo mundo sabia que ia morrer.”
Durante a entrevista, a jornalista que o entrevistava expressou seu pesar pelo sofrimento que Zimerman estava revivendo ao compartilhar sua história. Ela mencionou o desaparecimento de amigos de Rafael e de outros participantes do festival e perguntou sobre as informações disponíveis.
Rafael Zimerman respondeu: “Não tem informação, não tem informação. Entrei com dois amigos no bunker, e mais 50 pessoas que estavam lá. Eles atiraram gás e atiraram granadas. Atiraram na gente que estava lá dentro. De 50 pessoas que estavam lá, saíram eu e mais seis, entre elas a Rafaela, que estava comigo também. O meu amigo não saiu de lá e não foi localizado lá, então não sei o que aconteceu com ele.”
Rafael Zimerman concluiu a entrevista com um pedido pela paz e o fim da guerra. “Eu sou um sobrevivente de guerra, mas a guerra não acabou. Então, torcendo para a paz acima de tudo. Mas que a gente consiga acabar logo com isso.”