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Brasileirão tem protestos após atos racistas contra Vinícius Júnior

Ações têm apoio da CBF, que resolveu aderir à batalha contra a discriminação racial no futebol

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A oitava rodada do Brasileirão começou, neste sábado (27), com manifestações contra o racismo. Há uma semana, o brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid e da seleção brasileira, foi alvo de insultos racistas na partida contra o Valencia, pelo Campeonato Espanhol. Nos jogos Fortaleza x Vasco e Athletico-PR x Grêmio, os jogadores sentaram no gramado após o apito inicial em forma de protesto. O gesto faz parte da campanha de combate ao racismo promovida pela CBF e deve ser repetida em todos os outros jogos da rodada.

 

As equipes, além do trio de arbitragem, entraram em campo com camisas pretas com a frase “com racismo não tem jogo”. O lema antirracista também está presente nas faixas dos capitães, nas moedas utilizadas pelos árbitros, nas bolas e nas placas de publicidade ao redor do campo.

 

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A árbitra Edina Alves Batista coloca a braçadeira de capitão em Léo, do Vasco. Foto: Daniel Ramalho/Vasco 

 

O Flamengo vai aproveitar o duelo deste sábado, com o Cruzeiro, para também prestar apoio a Vinícius Júnior, revelado nas categorias de base do clube carioca. A equipe vai entrar em campo com a frase “Todos com Vini Jr.” estampada na parte frontal da camisa. Um mosaico também está sendo preparado para ser exibido nas arquibancadas do Maracanã. A expectativa é que o confronto receba um público de cerca de 60 mil torcedores.

 

A CBF é a primeira entidade do mundo a adotar em seu Regulamento Geral de Competições a possibilidade de punição esportiva em casos de racismo. “Essa é a mensagem potente que queremos passar para toda a sociedade. Com racismo, não tem jogo. Contamos com o apoio de cada torcedor. Racismo é um crime brutal e deve ser banido dos estádios. Basta de preconceito”, afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

 

Principal jogador brasileiro em evidência na Europa, Vini Jr. voltou a ser vítima de racismo no encontro do Real Madrid com o Valencia, no domingo passado (21), em jogo do Campeonato Espanhol. Pelos atos racistas de parte de seus torcedores, o adversário do time merengue teve parte de suas arquibancadas interditadas pela Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) por três partidas e recebeu multa de 45 mil euros.

 

O fato ganhou repercussão mundial, com várias personalidades do esporte manifestando solidariedade ao atleta, como o piloto de Fórmula 1 Lewis Hamilton, os jogadores Neymar e Mbappé, do Paris Saint-Germain, Pep Guardiola, técnico do Manchester City, e, ainda, Carlo Ancelotti, treinador do próprio Real Madrid. O episódio também foi repudiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com o governo gederal pedindo explicações à embaixada da Espanha no Brasil sobre o caso.