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Brasil na Bienal de Veneza: arte indígena e resistência

O evento acontece em abril e o País será representado por Glicéria Tupinambá, Olinda Tupinambá e Ziel Karapotó
Bienal de Veneza (Reprodução Instagram/Jacopo Salvi)

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O Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza de 2024 promete uma experiência única e provocativa, com obras que celebram a resistência indígena. Sob o tema ‘Foreigners Everywhere’ (Estrangeiros em Todos os Lugares), a exposição destaca artistas estrangeiros, outsiders, queer e indígenas, refletindo uma abordagem inclusiva e diversificada da arte contemporânea.

A 60ª edição da Bienal de Veneza está marcada para ocorrer entre 20 de abril e 24 de novembro de 2024 na cidade italiana. 

A Fundação Bienal de São Paulo, responsável por selecionar os representantes brasileiros no evento, anunciou que Glicéria Tupinambá, Olinda Tupinambá e Ziel Karapotó foram escolhidos para ocupar o espaço do Brasil nos Giardini, com a exposição intitulada Ka’a Pûera: nós somos pássaros que andam. 

Olinda Tupinambá, Equilíbrio, 2020. (Cortesia da artista)

Os três artistas, que provêm de estados litorâneos, regiões historicamente marcadas pelo primeiro contato com os colonizadores, trazem consigo uma poderosa mensagem anticolonial. 

Denilson Baniwa, um dos organizadores, ressalta a intenção do pavilhão de utilizar a arte como um veículo de educação e luta política, destacando a importância da presença indígena na construção dessa narrativa de resistência.

O pavilhão brasileiro foi rebatizado como Pavilhão Hãhãwpuá, um termo em língua patxohã que significa “terra” na língua do povo pataxó, uma homenagem à ancestralidade e à conexão com a terra que permeiam as obras expostas.

Ziel Karapotó, Cardume, 2023. Coleção: Museu Paranaense, Curitiba. (Cortesia do artista)

Os curadores responsáveis pela seleção das obras para o evento são Arissana Pataxó, Denilson Baniwa e Gustavo Caboco Wapichana, todos artistas com origens indígenas, enfatizando a importância da representatividade e da voz dos povos originários na cena artística contemporânea.

Glicéria Tupinambá manto tupinambá, 2023 (Cortesia da artista – Glicéria Tupinambá)

“A mostra reúne a Comunidade Tupinambá e artistas pertencentes a povos do litoral – os primeiros a serem transformados em estrangeiros no seu próprio Hãhãw (território ancestral) – a fim de expressar uma outra perspectiva sobre o amplo território onde vivem mais de trezentos povos indígenas (Hãhãwpuá). O Pavilhão Hãhãwpuá narra uma história da resistência indígena no Brasil, a força do corpo presente nas retomadas de território e as adaptações frente às urgências climáticas”, afirmam os curadores, em nota divulgada pela Fundação Bienal de São Paulo. 

Com uma proposta arrojada e provocativa, o Pavilhão Hãhãwpuá do Brasil na Bienal de Veneza de 2024 promete ser um ponto focal para reflexões sobre identidade, resistência e inclusão.

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