O Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza de 2024 promete uma experiência única e provocativa, com obras que celebram a resistência indígena. Sob o tema ‘Foreigners Everywhere’ (Estrangeiros em Todos os Lugares), a exposição destaca artistas estrangeiros, outsiders, queer e indígenas, refletindo uma abordagem inclusiva e diversificada da arte contemporânea.
A 60ª edição da Bienal de Veneza está marcada para ocorrer entre 20 de abril e 24 de novembro de 2024 na cidade italiana.
A Fundação Bienal de São Paulo, responsável por selecionar os representantes brasileiros no evento, anunciou que Glicéria Tupinambá, Olinda Tupinambá e Ziel Karapotó foram escolhidos para ocupar o espaço do Brasil nos Giardini, com a exposição intitulada Ka’a Pûera: nós somos pássaros que andam.
![](https://gpsbrasilia.com.br/wp-content/uploads/2024/02/170664191865b949fe2b10a_1706641918_3x2_lg.jpg)
Os três artistas, que provêm de estados litorâneos, regiões historicamente marcadas pelo primeiro contato com os colonizadores, trazem consigo uma poderosa mensagem anticolonial.
Denilson Baniwa, um dos organizadores, ressalta a intenção do pavilhão de utilizar a arte como um veículo de educação e luta política, destacando a importância da presença indígena na construção dessa narrativa de resistência.
O pavilhão brasileiro foi rebatizado como Pavilhão Hãhãwpuá, um termo em língua patxohã que significa “terra” na língua do povo pataxó, uma homenagem à ancestralidade e à conexão com a terra que permeiam as obras expostas.
![](https://gpsbrasilia.com.br/wp-content/uploads/2024/02/Ziel-Karapoto-768x539-1.jpg)
Os curadores responsáveis pela seleção das obras para o evento são Arissana Pataxó, Denilson Baniwa e Gustavo Caboco Wapichana, todos artistas com origens indígenas, enfatizando a importância da representatividade e da voz dos povos originários na cena artística contemporânea.
![](https://gpsbrasilia.com.br/wp-content/uploads/2024/02/capa-fotos-pra-materias-11.png)
“A mostra reúne a Comunidade Tupinambá e artistas pertencentes a povos do litoral – os primeiros a serem transformados em estrangeiros no seu próprio Hãhãw (território ancestral) – a fim de expressar uma outra perspectiva sobre o amplo território onde vivem mais de trezentos povos indígenas (Hãhãwpuá). O Pavilhão Hãhãwpuá narra uma história da resistência indígena no Brasil, a força do corpo presente nas retomadas de território e as adaptações frente às urgências climáticas”, afirmam os curadores, em nota divulgada pela Fundação Bienal de São Paulo.
Com uma proposta arrojada e provocativa, o Pavilhão Hãhãwpuá do Brasil na Bienal de Veneza de 2024 promete ser um ponto focal para reflexões sobre identidade, resistência e inclusão.