Com curadoria do arquiteto e engenheiro italiano Carlo Ratti, a 19ª Mostra Internacional de Arquitetura – La Biennale di Venezia teve início no último sábado (10) e até o dia 23 de novembro de 2025 agita diversas localidades da cidade de Veneza, na Itália.
Neste ano, o evento convida os visitantes a explorarem o tema Intelligens. Natural. Artificial. Collective., que propõe uma reflexão sobre novas formas de inteligência – naturais e artificiais – e as possibilidades que elas oferecem para o ambiente construído.
“Quando os sistemas que guiam nossa compreensão começam a falhar, novas formas de pensar se fazem necessárias. Durante décadas, a resposta da arquitetura à crise climática centrou-se na mitigação: projetar para reduzir nosso impacto no clima. Mas essa abordagem não é mais suficiente”, afirmou Ratti em sua carta curatorial sobre a edição de 2025 da Bienal.
“Para enfrentar um mundo em chamas, a arquitetura deve aproveitar toda a inteligência ao nosso redor. Sinto-me honrado e humilde por ter a oportunidade de ser o curador da Bienal de Arquitetura 2025”, conclui.
Já no primeiro dia, a Bienal anunciou o grande vencedor do Leão de Ouro, que premiou o Pavilhão do Bahrein como o melhor da edição.
“O Pavilhão oferece uma proposta viável para condições extremas de calor. Como explicam os designers, ‘a arquitetura deve enfrentar os desafios duplos da resiliência ambiental e da sustentabilidade’. A solução engenhosa pode ser implantada em espaços públicos e em locais onde as pessoas precisam viver e trabalhar ao ar livre em condições de calor extremo”, explicou o anúncio publicado no Instagram.

Foto: reprodução/Instagram
Em 2023, o prêmio foi concedido ao Pavilhão do Brasil, que em 2025 será realizado pela Fundação Bienal de São Paulo. O projeto curatorial e expográfico tem curadoria dos arquitetos Luciana Saboia, Eder Alencar e Matheus Seco, do grupo Plano Coletivo.
A iniciativa visa refletir sobre as complexas interações entre natureza, infraestrutura e práticas arquitetônicas no contexto brasileiro, o que dialoga diretamente com o tema geral desta edição, proposto por Ratti.
A participação brasileira pretende incentivar uma nova abordagem às infraestruturas urbanas, que são encaradas não apenas como elementos que moldam o espaço físico, mas que também podem promover mudanças sociais e ambientais significativas.
“Os recentes desastres socioambientais e seus impactos no País suscitam uma reflexão sobre o papel de nossa inteligência coletiva – tanto contemporânea quanto ancestral – no aprendizado de estratégias capazes de equilibrar a relação, frequentemente desigual, entre os patrimônios natural e construído”, observa Matheus Seco.

Eder Alencar, Matheus Seco e Luciana Saboia | Foto: Maressa Andrioli
Os ingressos para a Bienal de Arquitetura de Veneza custam a partir de € 16,50 e estão disponíveis para compra no site da mostra.
Ver essa foto no Instagram