Redação GPS O general Walter Souza Braga Netto negou, nesta terça-feira (10), qualquer tentativa de pressionar os então comandantes das Forças Armadas a aderirem a um plano de ruptura institucional.
Acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de liderar uma estratégia para constranger militares que resistiram a apoiar uma tentativa de golpe, o ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente ao lado de Jair Bolsonaro (PL) declarou não ter participado de qualquer ação nesse sentido.
“Jamais ordenei ou coordenei ataques a nenhum dos chefes militares. Pelo contato que eu tinha com eles, se eu tivesse que falar alguma coisa, eu falaria pessoalmente com eles”, afirmou.
Preso no Rio de Janeiro por decisão do STF, Braga Netto foi o único dos oito réus do chamado “núcleo crucial” da trama golpista a prestar depoimento por videoconferência. Ele estava acompanhado por sua equipe de defesa e foi o último a ser ouvido nesta fase de oitivas da Primeira Turma.
O militar quando questionado por Moraes sobre a entrega dinheiro em uma caixa de vinho a “kids pretos” disse achar que os valores eram referentes a recursos da campanha eleitoral.
“Na minha cabeça, tem alguma coisa a ver com campanha. Eu viro pra ele e falo: ‘Procura o tesoureiro, que é o Azevedo’. Eu deixei com o Azevedo, porque eu não sabia o que era”, prosseguiu.
A informação da entrega do dinheiro consta na delação do tenente-coronel Mauro Cid. O também militar e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro disse ter recebido ordens de Braga Netto para financiar os militares acusados de envolvimento nos planos de execução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin e de Moraes.
“Eu nunca tinha ouvido falar dessas duas operações”, disse o general sobre as operações Punhal Verde Amarelo, e Copa 2022, como foram chamadas as ações orquestradas pelos kids pretos.
