A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem até às 20h34 desta sexta-feira (22) para prestar esclarecimentos ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre descumprimentos de medidas cautelares e sobre suposto pedido de asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei.
Ao tomar conhecimento do relatório da Polícia Federal (PF), que resultou no indiciamento do ex-presidente por coação penal, o ministro Alexandre de Moraes, relator no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado, determinou prazo de 48 horas para que a defesa de Bolsonaro se manifestasse.
Moraes citou risco de fuga do ex-titular do Palácio da Alvorada do País e a continuidade de condutas ilegais.
Segundo a PF, Bolsonaro arquivou em seu celular apreendido com os policiais um documento de 33 páginas, sem assinatura e sem data, cogitando pedir asilo ao governo argentino. O arquivo estava salvo desde 2024.
O ministro também mencionou um contato entre Bolsonaro e Walter Braga Netto quando ambos estavam proibidos de se falar. General da reserva e vice na chapa do ex-presidente em 2022, o militar está preso desde dezembro do ano passado sob a acusação de obstruir a investigação sobre a trama golpista.
Após receber o relatório de indiciamento, Moraes enviou o caso para a Procuradoria-Geral da República (PGR). Caberá ao órgão decidir se Bolsonaro e Eduardo serão denunciados ao STF.