O tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), revelou que a fraude nos cartões de vacinação do ex-titular do Planalto e da filha, Laura Bolsonaro, foi uma ordem do próprio Bolsonaro.
As informações, publicadas pelo portal Uol, apontam para uma conspiração para falsificar os registros de vacinação, permitindo a emissão de certificados de vacinação contra a covid-19, embora, de acordo com Bolsonaro, eles nunca tenham sido vacinados.
A Polícia Federal conduziu uma operação em 3 de maio para investigar a suspeita de falsificação dos cartões de vacinação de membros da família Bolsonaro. As apurações indicam que houve uma tentativa de alterar os registros de vacinação no Ministério da Saúde para permitir a emissão dos certificados, mas Bolsonaro nega qualquer envolvimento.
De acordo com a reportagem, Mauro Cid teria afirmado que emitiu os certificados falsos em 22 de dezembro de 2022 e que os entregou pessoalmente a Jair Bolsonaro, pouco dias depois.
Na época, o então presidente estava prestes a deixar o cargo e viajar para os Estados Unidos, país que exige comprovantes de vacinação contra a doença para a entrada no país. A Polícia Federal investiga se essa exigência teria motivado a emissão dos certificados falsos.
As alegações de Mauro Cid contradizem as declarações anteriores de Bolsonaro. O político afirmou, em depoimento à PF realizado no mês de maio, que nunca havia tido conhecimento de qualquer fraude nos cartões de vacinação.
O advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, declarou nas redes sociais que o ex-presidente e a filha dele não precisavam de comprovantes de vacinação para entrar nos Estados Unidos, uma vez que o ex-capitão ainda era chefe de Estado na época e que sua filha era menor de idade.