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Bolsonaro diz que pretende doar as joias do regime saudita

O TCU deve divulgar decisão final sobre o caso em breve
Bolsonaro afirmou aguardar a "palavra final" do TCU | Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil
Bolsonaro afirmou aguardar a "palavra final" do TCU | Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que, se o Tribunal de Contas da União (TCU) determinar que ele poderá ficar com as joias recebidas pelo regime saudita, ele doará um dos conjuntos à Santa Casa de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Ele foi atendido no hospital quando sofreu uma facada durante a campanha eleitoral de 2018.

“Se os presentes personalíssimos forem meus, um dos conjuntos eu vou leiloar e doar para a Santa Casa de Juiz de Fora, onde eu fui atendido em 6 de setembro de 2018. Mas estou esperando a palavra final”, disse, em entrevista à CNN Brasil.

O TCU decidiu, na última quarta-feira (7) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não precisa devolver um relógio Cartier, avaliado em R$ 60 mil, que ganhou de presente durante uma viagem à França em 2005. A decisão também firmou uma tese que pode beneficiar Bolsonaro, que foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por participar de um esquema de venda ilegal de joias entregues ao governo brasileiro em viagens oficiais.

Bolsonaro omitiu dos órgãos federais a existência das joias recebidas durante o governo dele, de 2019 a 2022. A defesa do ex-presidente afirmou que ele não tinha “qualquer ingerência” sobre os presentes recebidos durante as viagens presidenciais.

No início do mês passado, Bolsonaro e outros 11 foram indiciados pela PF por participarem do esquema de venda ilegal das joias. A irregularidade foi revelada pelo Estadão em março do ano passado, quando auxiliares do ex-presidente tentaram entrar no País sem declarar itens preciosos ao Fisco.

Após a repercussão, o TCU obrigou o ex-presidente a devolver os itens, argumentando que as joias não eram “itens personalíssimos”, tinham um alto valor comercial e deveriam estar sob o resguardo da União. Com o fim da investigação da PF, a corporação descobriu um esquema ilegal de venda de joias no exterior, e creditou a Bolsonaro os crimes de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Se condenado pelos três delitos, o ex-presidente pode pegar de dez a 30 anos de prisão.