Intitulado Pavilhão Terra, o espaço voltado para o Brasil na Bienal de Arquitetura em Veneza, uma das internacionais mais importantes, traz uma releitura do passado com projeção para o futuro. Com curadoria de Gabriela Matos e Paulo Tavares, a exposição ressalta territórios indígenas e quilombolas muito bem cuidados pelas populações originárias e traz ao público uma imersão nesses espaços.
A bienal tem um longo tempo de duração. Aberta em 20 de maio, o público terá a oportunidade de visitá-la até novembro. Na programação, inclusive, um dos prêmios Leão de Ouro 2023, na categoria Melhor Participação Nacional na bienal, foi para os brasileiros. O espaço encontra-se na “De-colonizando o Cânone”.
Veja o site oficial do espaço aqui.
Ao portal especializado Archdaily, Gabriela e Paula afirmaram que o pavilhão Terra “é um convite a pensar a terra enquanto tecnologia ancestral e, ao mesmo tempo, do futuro. Um convite a pensarmos como podemos associar isso com as tecnologias de hoje e construir de forma mais respeitosa com o meio ambiente.”
O espaço vencedor do prêmio está todo coberto de terra a fim de que os visitantes possam viver um pouco da experiência indígena e quilombola. Há referências ainda do Candomblé e da forma de vida das populações representadas. Um espaço simples, mas cheio de histórias para contar e tornar ao público parte da cultura brasileira mais vivida.
Uma crítica à capital federal
No pavilhão brasileiro, referências imagéticas à construção de Brasília. Uma crítica direta à forma como comunidades originárias foram tratadas para que se erguesse a capital no Planalto Central, a mostra questiona a narrativa brasiliense tornando evidente que esses povos foram expulsos de seus espaços de origem, sendo marginalizados no urbanismo de Brasília.
Segundo o Archdaily, “a mostra busca apresentar uma imagem territorial, arquitetônica e patrimonial mais complexa, diversa e plural da formação nacional e da modernidade no Brasil, apresentando outras narrativas por meio de arquiteturas, paisagens e patrimônios negligenciados pelo cânone arquitetônico”.
Com vídeos, mapas e imagens diversas, a galeria conta com uma produção audiovisual da cineasta Juliana Vicente, que mostra fotos, o mapa etno-histórico do Brasil e ainda a organização espacial Brasília Quilombola. A curadoria do material é da historiadora Ana Flávia Magalhães Pinto.