Bebês podem consumir mel? Pediatra esclarece dúvidas sobre cuidados na primeira infância

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No dia 21 de março é celebrado o Dia Mundial da Infância, data instituída pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) com o intuito de promover uma reflexão sobre a defesa dos direitos das crianças. Porém, hoje, vamos aproveitar a ocasião para esclarecer dúvidas que são comuns a pais e mães de bebês e, assim, ajudar a proporcionar um desenvolvimento mais saudável para os pequenos.

Pensando nisso, o GPS|Brasília conversou com a pediatra Andrea Jácomo, coordenadora do departamento de Pediatria Ambulatorial da Sociedade de Pediatria do Distrito Federal (SPDF), que explicou sobre certos cuidados que merecem mais atenção da família, a fim de garantirem uma infância saudável e longe de riscos aos seus filhos.

Crianças precisam andar descalças? 

É isso mesmo, existe uma fase da vida que a recomendação é que a criança ande sem sapatinhos para aperfeiçoar o equilíbrio e a propriocepção, que é a capacidade de perceber a posição e o movimento do corpo no espaço, sem depender da visão. 

Antes de aprenderem a andar, os bebês não precisam usar calçados e, quando estão aprendendo, até os dois anos, o ideal é que fiquem sem sapatos sempre que possível, em ambientes limpos e seguros. Para crianças na faixa dos dois/três anos, procure por sapatos leves e com solado flexível, para proteger os pés de superfícies ásperas ou quentes.

Bebês menores de um ano não podem consumir mel? 

O mel é considerado um alimento perigoso para consumo, especialmente para crianças menores de dois anos, pois há risco de conter esporos da bactéria Clostridium botulinum, responsável por causar o botulismo, que é uma grave infecção intestinal. O Guia alimentar para crianças brasileiras menores de dois anos explica que isso ocorre pelo fato de a microbiota intestinal dos bebês ainda estar se adaptando aos novos alimentos.

Bebês não podem dormir com travesseiro? 

Pelo aumento do risco de asfixia acidental, a Sociedade Brasileira de Pediatria orienta o uso de travesseiros apenas após os 12 meses de idade. Ainda de acordo com a instituição, a recomendação para um sono seguro é que o bebê durma no berço, de barriga para cima e sem bichinhos, travesseiros ou almofadas. Após um ano, os travesseiros devem ser finos e, geralmente aos dois anos, os pequenos já podem passar do berço para a cama.

Entre dois e sete anos é importante estimular a imaginação das crianças? 

Essa é a idade que as crianças passam pelo momento de maior desenvolvimento da imaginação. É a fase pré-operacional do desenvolvimento infantil, em que brincadeiras de faz-de-conta, uso de fantasias e criação de histórias são importantes para o desenvolvimento cognitivo.

Confira outras dicas da pediatra Andrea Jácomo para promover um desenvolvimento saudável em crianças: 

• Estimule a comunicação: converse com seu pequeno desde a gestação. Sim, eles já escutam!;
• Ofereça um ambiente seguro: espaço protegido para explorar e brincar é fundamental para o desenvolvimento motor e cognitivo;
• Incentive a socialização: após os três anos de idade, além do contato com familiares, proporcione oportunidades para que os bebês interajam com outras crianças em parques e escolas, o que contribui para o desenvolvimento das habilidades sociais; 
• Estabeleça rotinas: sim, crianças gostam de rotinas, que são importantes para proporcionar segurança e ajudar as crianças a entenderem a organização do tempo e das atividades diárias;
• Leia e conte histórias: a leitura estimula a imaginação, amplia o vocabulário e fortalece o vínculo mãe e filho.

Bônus: é verdade que adultos não se lembram de eventos ocorridos antes dos três anos de idade? 

Conhecido como amnésia infantil, tal evento ocorre porque o cérebro das crianças ainda está em desenvolvimento, especialmente as áreas relacionadas à memória de longo prazo. Portanto, para alívio de mamães, papais e pediatras, elas não lembrarão das consultas difíceis pelas quais passaram quando tinham um ou dois anos de idade.