Redação GPS Após o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitir alerta laranja para a umidade no Distrito Federal, com índices que podem variar entre 20% e 12%, os problemas na saúde causados pela baixa umidade do ar também ganham destaque. De acordo com especialistas, um nível abaixo de 30% já é preocupante, pois afeta diretamente o funcionamento do nosso corpo.
Há 113 dias sem chuva no DF, os brasilienses percebem os efeitos da seca. Um dos sistemas mais afetados é o respiratório. O ar seco resseca as vias aéreas, facilitando a entrada de vírus, bactérias e outros agentes causadores de doenças. Isso aumenta os casos de gripes, resfriados, crises de asma, bronquite e rinite alérgica. Pessoas que já possuem doenças respiratórias crônicas sofrem ainda mais durante esse período.
E não são apenas problemas respiratórios que se tornam mais frequentes nesta época. Desidratação, infecção urinária e pedras nos rins também podem surgir, principalmente entre idosos e crianças.
“O frio característico dessa época, principalmente de manhã e a noite, faz com que as pessoas acabem esquecendo de beber a quantidade indicada de água, isso pode causar alterações nas funções renais e cardiovasculares. A falta de líquidos também pode também facilitar infecções urinárias e formação de cálculos renais”, explica o urologista
da Clínica Verídium, Carlos Watanabe.
Sem ingerir a quantidade ideal de água, idosos e crianças estão mais sujeitos a desidratação. Quadro esse que pode se tornar grave se não for tratado adequadamente. Os sintomas mais comuns são a urina com a coloração escurecida e redução do volume, letargia, confusão mental, dor de cabeça. No quadro de desidratação, pode se perceber a boca seca e olhos secos, além da queda da pressão e o coração acelerado (taquicardia).
Como se hidratar?
Watanabe explica que a quantidade ideal de água a ser ingerida deve ser personalizada, pois depende de vários fatores como peso, idade, grau de atividade física, exposição ao calor e até o tipo de dieta.
“Uma pessoa de 70 kg pode necessitar de cerca de 2,5L de água por dia enquanto que uma pessoa de 50kg necessitará de algo em torno de 1,5L. A alimentação também interfere no balanço hídrico“, explica.
Dias mais quentes e secos são os de maior risco para desidratação, especialmente em períodos de atividade física, e o ideal é se hidratar bem antes, durante e após realizar o exercício, para evitar o déficit de água no organismo, mas ajuda também na recuperação muscular.
“Durante a atividade física perdemos líquido pela transpiração e a respiração. A depender da intensidade da atividade e dos exercícios a necessidade de ingestão de água pode se tornar de 2 a 3 vezes maiores do que o habitual“, orienta o médico
E a hidratação também pode vir de fora. Isso porque, nessa época, é comum que partes do corpo como nariz, garganta e olhos fiquem ressecados, gerando coceira, tosse ou até sangramentos. “O ressecamento das mucosas e a concentração de poluentes no ar favorecem infecções, especialmente em pessoas com doenças respiratórias crônicas, que se tornam mais suscetíveis“, afirma a infectologista pediátrica Sylvia Freire.
A pele e os lábios também são pontos de atenção com o aumento de ressecamento, descamações e rachaduras, além do risco de infecções cutâneas, especialmente em crianças e idosos.
Durante a noite, para melhorar o ambiente de descanso e não ficar com a boca e nariz secos, a dica é apostar em umidificadores de ar que podem ajudar a diminuir o desconforto e evitar o uso de ar condicionado, pois pode reduzir ainda mais a umidade do ambiente. Manter os ambientes sempre limpos para evitar acúmulo de poeira, também diminui a chance de problemas respiratórios.
