A reprovação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu a pior marca desde janeiro de 2023, segundo a pesquisa de avaliação de governo feita pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). Para 32% dos entrevistados, o governo do petista é péssimo, enquanto 12% avaliam a gestão federal como ruim. A soma das avaliações péssimo e ruim é de 44%, tendo crescido 13 pontos percentuais desde a rodada anterior do levantamento, em novembro de 2024.
A avaliação positiva a Lula é de 28,7%. Para 19,4% dos entrevistados, o governo do petista é bom, enquanto 9,3% avaliam a gestão como ótima. A pesquisa CNT realizou 2.002 entrevistas presenciais em 137 municípios do País entre os dias 19 e 23 de fevereiro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.
A essa altura do mandato, com dois anos de governo, o índice de 44% de reprovação é o pior na série histórica. Lula igualou o governo de Michel Temer (MDB), que registrou o mesmo índice de avaliação em fevereiro de 2017. No caso de Temer, o marco de dois anos considera o início da gestão Dilma Rousseff, em janeiro de 2015. O petista também superou seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), que registrava 36% de avaliação negativa ao seu governo a essa altura do mandato.
Numericamente, o pior desempenho do governo Lula é entre evangélicos. Nesse segmento, 54% avaliam de forma negativa a gestão do presidente. A imagem de Lula é rejeitada por 55%, enquanto 40% aprovam o presidente e 5% não responderam. O índice de reprovação à imagem de Lula subiu nove pontos porcentuais desde novembro de 2024.
A pesquisa CNT vai ao encontro de outros levantamentos de avaliação de governo divulgados nas últimas semanas. Segundo pesquisa do Datafolha, o índice de desaprovação é o pior de todos os mandatos de Lula. O cenário ocorre na esteira de episódios como a crise da suposta taxação do Pix. O tombo na avaliação do governo precipitou a reforma ministerial. Lula buscará novos ministros com o objetivo de imprimir marcas à gestão a tempo das eleições de 2026.
Rejeição a Janja
Pesquisa CNT mostra ainda que a participação da primeira-dama Janja da Silva é vista de forma negativa por 38% dos entrevistados. Apenas 14,5% disseram que a atuação da primeira-dama mais ajuda do que atrapalha. Para 40,1%, a participação de Janja no entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem um papel “neutro”, que nem ajuda e nem atrapalha a gestão pública.