O ativista brasiliense Thiago Ávila, 38 anos, embarca neste domingo (31), da Espanha, rumo à Faixa de Gaza, na Palestina, para integrar uma nova missão humanitária internacional. Após ter sido preso e deportado por Israel em uma tentativa anterior de entrar na região, ele agora participará de uma flotilha formada por delegações de mais de 44 países.
A embarcação de Ávila, a Global Sumud Flotilla, conta com uma delegação brasileira de 13 pessoas, que pretende levar por meio naval, ajuda humanitária a Gaza. O território, com acesso totalmente controlado por Israel, sofre oficialmente com a fome, segundo a Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar (IPC, na sigla em inglês), órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo os organizadores, a ação é considerada uma das maiores missões de solidariedade internacional já feitas para Gaza. A Freedom Flotilla Brasil e o Global Movement to Gaza Brasil falam em criar um corredor humanitário para o transporte de comida, água e medicamentos para o povo palestino. Eles pretendem também romper o controle israelense sobre Gaza.
“Romper, de maneira não violenta, o cerco ilegal imposto pelo regime de ocupação em Gaza, que limita ou proíbe o acesso de alimentos, água e medicamentos”, afirmam as organizações em nota.
Prisão em Israel
Em junho, uma embarcação da Flotilha da Liberdade que se dirigia a Gaza levando ajuda humanitária foi interceptada por Israel. Doze tripulantes, entre eles o brasileiro Thiago Ávila, foram presos em águas internacionais.
Capturado em águas internacionais, Ávila foi levado a Israel, onde passou dois dias em uma cela solitária e fez greve de fome em protesto. Segundo Ávila, as autoridades tentaram obrigá-lo a assinar um documento que o classificava como invasor ilegal, mas ele recusou, alegando se tratar de sequestro. Como consequência, foi deportado e recebeu a proibição de entrar em Israel pelos próximos 100 anos.