Em assembleia, policiais civis do DF rejeitam reajuste de 18% e exigem paridade com a PF

Categoria recusou proposta do governo federal e pediu reabertura da mesa de negociações

Policiais civis do Distrito Federal rejeitaram nesta quarta-feira (3) a proposta de reajuste salarial de 18% apresentada pelo governo federal à categoria. A decisão foi tomada em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) convocada pelos sindicatos dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF) e dos Delegados de Polícia do DF (Sindepo-DF). Ao todo, o encontro contou com a presença de mais de 1,3 mil servidores da corporação. 

“Foi uma demonstração de força da nossa categoria. A diretoria espera que todos sigam firmes e unidos, pois só assim vamos conquistar o que é justo. Tenho confiança de que alcançaremos a nossa devida valorização”, destacou o presidente do Sinpol, Enoque Venancio de Freitas. 

Na ocasião, além de rejeitarem o reajuste, os policiais civis decidiram pela reabertura da mesa de negociação para revisão da proposta. A categoria defende a paridade salarial com a Polícia Federal. 

Segundo o Sinpol-DF, desde 2016, quando a isonomia foi rompida, os policiais civis do DF acumulam uma rodada de negociação a menos em relação à Polícia Federal. Naquele ano, enquanto os federais conquistaram 37% de aumento, a PCDF ficou sem acordo e não teve reajuste.

A AGE também contou com a participação de parlamentares, incluindo o presidente da Câmara Legislativa do DF (CLDF), deputado distrital Wellington Luiz (MDB); a senadora Leila Barros (PDT-DF); e os deputados federais Rafael Prudente (MDB) e Érika Kokay (PT). “Precisamos do apoio dos nossos parlamentares e queremos contar com eles para que possamos, ao final, sair vencedores nessa luta”, destacou a presidente do Sindepo, Claudia Alcântara. 

Carta a Ibaneis 

Mais cedo, o Sinpol-DF enviou uma carta aberta ao governador Ibaneis Rocha (MDB) pedindo apoio do chefe do Executivo na articulação pela paridade salarial.

No documento, a entidade manifesta a “profunda apreensão dos servidores da Polícia Civil” e solicita o empenho e a força política do titular do Palácio do Buriti para a concretização do “compromisso com a isonomia salarial com as polícias de investigação da União, como a Polícia Federal e os policiais civis dos ex-territórios”.

O documento lembra que, em fevereiro de 2025, a categoria recebeu com esperança o encaminhamento, pelo próprio Governo do DF, da mensagem que propunha o reajuste salarial e o restabelecimento da paridade, gesto que foi entendido, conforme a entidade, como reconhecimento da eficiência da PCDF. No entanto, o governo federal apresentou uma contraproposta de apenas 18% — percentual foi considerado insuficiente para recompor as perdas acumuladas ao longo dos anos.

Segundo o Sinpol-DF, os estudos elaborados pelo GDF já comprovaram a viabilidade orçamentária da proposta original, sem impacto negativo para o erário federal. A categoria cobra, agora, que o Palácio do Buriti dialogue diretamente com o Planalto e com o Congresso Nacional em busca da aprovação do reajuste nos moldes iniciais.

“Não adianta mais enviar recados. É preciso que o governador Ibaneis dialogue diretamente com o presidente Lula sobre a concessão do nosso pleito. Só uma agenda de alto nível, frente a frente, pode mudar o cenário atual”, defendeu Freitas. 

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Edição 42

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