O aspartame, principal adoçante utilizado em refrigerantes dietéticos, foi classificado como uma substância “possivelmente cancerígena” pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS). O anúncio foi feito na noite desta quinta-feira (13).
A decisão da entidade é baseada em avaliações de estudos relacionados ao desenvolvimento de câncer em humanos, bem como testes clínicos em animais e evidências sobre as principais características dos carcinogênicos. Um grupo de trabalho composto por 25 especialistas independentes de 12 países conduziu a análise.
No entanto, o parecer do Comitê Misto da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e da OMS de Peritos em Aditivos Alimentares (JECFA) concluiu que não há evidências convincentes de efeitos adversos do aspartame após a ingestão, seja em animais ou em seres humanos. O comitê afirmou que não há motivo para alterar a recomendação máxima diária de consumo, que é de 40 mg/kg.
A FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos) também indica que a ingestão máxima de aspartame pode ser de 50 mg/kg. De acordo com a agência, uma pessoa com peso médio de 60 kg teria que consumir mais de 75 pacotes de 8 g de aspartame para estar exposta a algum risco.
Em março deste ano, a OMS já havia desaconselhado o uso de adoçantes não nutritivos como substitutos do açúcar em dietas para controle de peso. O alerta destacava potenciais efeitos colaterais a longo prazo, como maior risco de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, trombose e certos tipos de câncer em adultos.
No entanto, não há consenso científico sobre os possíveis danos à saúde causados por adoçantes não nutritivos, incluindo o aspartame. No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) será responsável por avaliar as recomendações da OMS para orientar ações regulatórias relacionadas ao acesso a esses produtos.