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As grandes mulheres do Brasil: uma retrospectiva de valor

Neste Dia das Mulheres, o GPS te convida para uma viagem no tempo sobre personalidades que mudaram a história
Tia Neiva (Foto: Arquivo Público)
Tia Neiva (Foto: Arquivo Público)

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Muito se fala sobre os homens que definiram o curso da história no Brasil e no mundo. As homenagens a eles são inúmeras. Filmes retratam suas jornadas e suas realizações. Mas e as grandes mulheres do País? É claro que não podemos negar que, nas últimas décadas, elas ganharam mais notoriedade, porém, tudo ainda é pouco.

Sabe o ditado que diz que “atrás de todo grande homem tem uma grande mulher”? Bom, viemos te falar que essas figuras femininas, muitas vezes, vêm à frente deles. 

Para ressaltá-las neste Dia Internacional da Mulher, o GPS lista algumas das que mudaram a história do País.

 

Maria Quitéria

No começo do século XIX, contra o que todos esperavam, uma mulher passou a integrar as forças armadas e defender o País em combate. Para tal, Maria Quitéria precisou fugir de casa, em 1822, cortar os cabelos bem curtos e se vestir como homem para se juntar ao Regimento de Artilharia.

Considerada uma das heroínas da Guerra da Independência, depois de anos, ela fez as pazes com seu pai, com quem brigou para se juntar às forças armadas, casou-se e teve uma filha.

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

 

Irmã Dulce

Apesar de ter sido beatificada pelo Vaticano se tornando a primeira santa nascida no Brasil, Irmã Dulce não se destaca apenas pelos títulos religiosos. 

Maria Rita de Sousa Brito Lopes dedicou sua vida a ajudar os mais necessitados. Aos 13 anos, transformou a casa de seus pais, em Salvador, em um centro de atendimento aos pobres e doentes. 

Ao longo de sua vida, ela contribuiu com a fundação de diversas instituições filantrópicas, resultando na indicação ao prêmio Nobel da Paz em 1988.

Foto: Reprodução/Paróquia Dom Bosco
Foto: Reprodução/Paróquia Dom Bosco

 

Nise da Silveira

Médica psiquiatra, Nise é reconhecida por ter provocado uma revolução na maneira com a qual se realizam os tratamentos de saúde mental no Brasil. Seu primeiro grande feito foi ter se formado em medicina em 1926, quando isso não acontecia com frequência.

Foi no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Rio de Janeiro, que ela realizou seu trabalho mais importante: tratar pacientes por meio da arteterapia, da interação com os animais e de acolhimento, fugindo dos métodos violentos e desumanos recorrentes da época. 

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

 

Cora Coralina

Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, a dona do pseudônimo Cora Coralina, considerada uma das poetisas mais importantes da literatura nacional, só foi publicada pela primeira vez aos 76 anos. 

Depois da morte de seu marido e antes de ser conhecida, Anna criou seus quatro filhos trabalhando como doceira. 

Cora Coralina é considerada pioneira e libertária. Enfrentou os preconceitos de sua época para provar a força da mulher.

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

 

Dandara

Companheira de Zumbi dos Palmares, Dandara lutou intensamente pela emancipação do povo negro no Brasil. Apesar de não haver muitos registros de suas ações, ela estava na linha de frente na defesa do Quilombo dos Palmares.

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

 

Zilda Arns

Médica pediatra e sanitarista, Zilda fundou a Pastoral da Criança. Ela dedicou a vida à saúde pública, tendo como principal foco o combate à mortalidade infantil, desnutrição e a violência contra as crianças.

Zilda faleceu em 2010 enquanto estava em missão no Haiti, ano em que o país caribenho sofreu com um dos terremotos mais fortes de sua história.

Foto: Reprodução/Pastoral da Criança
Foto: Reprodução/Pastoral da Criança

 

Rachel de Queiroz

Cearense, Rachel foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras e a primeira autora a receber o importante Prêmio Camões. Ela era parente, pelo lado materno, do escritor José de Alencar.

Rachel se formou professora com apenas quinze anos e colaborou com alguns jornais. Além disso, era ativista e tinha preocupações políticas. Em 1931 se filiou ao Partido Comunista Brasileiro e ajudou a implantar o partido no nordeste. 

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

 

Clementina de Jesus

Fundamental na divulgação dos cantos ancestrais dos escravos africanos, com um repertório dedicado às músicas de raízes afro-brasileiras tradicionais, Clementina de Jesus tornou-se uma das maiores sambistas do País. 

Apesar disso, ela foi descoberta e reconhecida depois dos 60 anos, tendo trabalhado a vida toda como empregada doméstica.

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

 

Bertha Luz

Foi em Paris, onde estudou na Faculdade de Ciências na universidade de Sorbonne, que Bertha Luz teve o primeiro contato com as ideias feministas. 

Ela foi a segunda mulher a prestar concurso público no Brasil, tendo sua inscrição aceita apenas após uma intensa batalha judicial, e foi aprovada como secretária do Museu Nacional, onde tornou-se diretora, posteriormente.

Além de ter fundado a Liga Pela Emancipação Intelectual das Mulheres, Bertha participou da campanha pelo voto feminino, se candidatando a prefeita da cidade de Alzira Soriano Teixeira, no Rio Grande do Norte. 

Ela foi a primeira mulher do legislativo brasileiro e teve seu mandato interrompido com o golpe de estado de 1937.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

 

Mas e as grandes mulheres de Brasília? 

Em meio à terra avermelhada, a face feminista da construção de Brasília ainda é pouco explorada, mas o fato é que mulheres de contextos culturais muito distintos participaram da criação da capital federal. 

Apesar de serem minoria numérica – segundo o Censo do IBGE de 1959, representavam cerca de 34% da população local, os seus papéis variavam entre mães, esposas, caminhoneiras, professoras e cozinheiras. Algumas chegaram a Brasília fugindo da seca, outras abriram mão de uma vida confortável nas grandes metrópoles para ajudarem a mudar o curso da história. 

Conheça algumas das grandes mulheres do Planalto Central: 

 

Dona Coracy

Coracy Uchôa Pinheiro e seu marido, Israel Pinheiro, recém-empossado presidente da Novacap, foram os primeiros moradores do Catetinho. Logo após sua chegada, ela assumiu o papel de intermediadora entre o gestor e os candangos.

Dona Coracy dedicava-se às demandas dos mais necessitados. Providenciava remédios, atendimento médico e escolas. Ao lado de Sarah Kubitschek, a mineira fundou a Associação das Pioneiras Sociais.

Foto: Arquivo Público
Foto: Arquivo Público

 

Sarah Kubitschek

Esposa de Juscelino Kubitschek, Sarah trabalhou incansavelmente para melhorar a vida das pessoas e contribuiu no processo de criação da nova capital. Além de ter colaborado com ideias e sugestões para o planejamento da cidade, tornou-se uma espécie de embaixadora do governo, representou o País em eventos internacionais.

 

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

 

Mercedes Parada

Vinda do interior de Goiás para acompanhar o marido, o engenheiro Joffre Mozart Parada, Mercedes atuou diretamente na elaboração dos primeiros mapas de Brasília, confeccionados para esquadrinhar fazendas e outros terrenos passíveis de desapropriação.

 

Wanda Corso

Uma das pioneiras de Brasília e vinda de Minas Gerais, a pedagoga Wanda atuou como prefeita comunitária e teve papel de liderança na formação da Vila Planalto, especialmente na fundação da primeira creche pública do bairro.

 

Maria de Lourdes Abadia

Conhecida por ser a primeira mulher a se tornar governadora do DF, Maria de Lourdes foi a primeira pessoa de sua família a ingressar na universidade, formando-se em Economia pela Universidade de Brasília.

Durante sua gestão, implementou várias políticas públicas voltadas para a educação, saúde, segurança pública e infraestrutura.

Foto: Reprodução/PSDB
Foto: Reprodução/PSDB

 

Tia Neiva

A sergipana Neiva Chavez Zelaya foi costureira, fotógrafa, agricultora e motorista de ônibus. Sua relação com Brasília começou ao fazer transporte de materiais para construir a cidade. 

Neiva criou um abrigo para crianças no Núcleo Bandeirante e dava comida a quem tinha fome. Por conta de suas visões mediúnicas, criou a União Espiritualista Seta Branca, que deu origem à comunidade religiosa Vale do Amanhecer.