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Artigo: transtorno do pânico; o que é?

O Transtorno do Pânico é um transtorno de ansiedade, muito comum, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, mas muitas vezes é subestimado. É uma condição debilitante que pode impactar significativamente a qualidade de vida de uma pessoa e impedir que ela realize ações rotineiras do dia a dia. Impactando nas questões sócio-familiares de uma forma direta. 

O Transtorno do Pânico é caracterizado por crises agudas de ansiedade, podendo ser recorrentes,são inesperadas e sem motivo aparente. As crises são acompanhadas por uma intensa sensação de medo, desespero e inúmeros sintomas físicos, muitas vezes sem motivo aparente ou quando não há uma ameaça real presente. 

Os sintomas de um ataque de pânico podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem: batimentos cardíacos acelerados ou palpitações, sensação de falta de ar ou sufocamento, tremores, sudorese excessiva, sensação de desmaio ou tontura, calafrios ou ondas de calor, náusea ou desconforto abdominal, sentimentos de desconexão com a realidade, medo de morrer, entre outros. 

Esses sintomas podem ser tão intensos que muitas pessoas que sofrem de Transtorno do Pânico acabam evitando situações que temem poder desencadear um ataque, o que pode levar ao isolamento social e a impactos negativos na qualidade de vida. Tendo prejuízos pessoais, afetivos, financeiros e até perdas da liberdade. 

Recentemente o ator Marcelo Serrado fez um relato emocionante em seu perfil na internet sobre episódios de ataque de pânico que sofreu antes e durante uma viagem de avião para os Estados Unidos. O ator disse que sentiu medo de ter uma crise e não conseguiu embarcar. Ele também relatou já ter tido crises anteriormente e de fazer tratamento para ansiedade. 

Nem todo sintoma de ansiedade é um ataque de pânico. Ansiedade é um sentimento comum a todo ser humano. Ela torna-se preocupante quando começa a atrapalhar a qualidade de vida de uma pessoa. Ao contrário do que muitos imaginam, a pessoa acometida pelo transtorno do pânico não teme uma situação ou objeto específico, mas sim o próprio ato de ter uma crise. 

Vale ressaltar que os ataques de pânico podem ocorrer mesmo em ambientes considerados seguros ou em situações cotidianas. Isso significa que estar em casa ou em um ambiente familiar não exclui a possibilidade de experimentar um ataque de pânico. 

Fatores externos, como o consumo de cafeína e estimulantes, por serem substâncias estimulantes, também podem desencadear ou agravar os sintomas de ansiedade e, consequentemente, os ataques de pânico. É importante estar ciente desses impactos e considerar a parada do consumo. 

O Transtorno do Pânico é uma condição desafiadora, mas tratável. Com o apoio adequado e as estratégias de manejo corretas, é possível aprender a lidar com os ataques de pânico e recuperar o controle sobre a vida. Existem várias opções de tratamento disponíveis para aqueles que sofrem de Transtorno do Pânico. O psiquiatra pode prescrever ou fazer a psicoterapia para ajudar os indivíduos a enfrentarem seus medos e aprenderem estratégias para lidar com os ataques de pânico e também prescrever os medicamentos necessários para controle das crises. 

Outras formas de autocuidado também podem ser eficazes para lidar com o Transtorno do Pânico. Praticar exercícios físicos de maneira regular e práticas de meditação podem ajudar a amenizar os sintomas de Transtorno do Pânico, nunca tratar efetivamente. O apoio de amigos e familiares e grupos de apoio também podem ajudar. Ter alguém com quem conversar pode oferecer conforto e encorajamento durante esses momentos. 

Os ataques de pânico são uma realidade para muitas pessoas, mas muitas vezes são estigmatizados. Infelizmente, o preconceito e o estigma em relação às doenças mentais ainda são obstáculos para muitos e impedem que as pessoas busquem um médico psiquiatra. Falar sobre o assunto, principalmente pessoas públicas, pode ajudar outras pessoas que estejam passando por isso e encorajá-las a buscar ajuda. É fundamental superar essas barreiras e procurar tratamento psiquiátrico adequado, especialmente se uma crise de pânico ocorrer e interferir nas atividades diárias. 

Se você ou alguém que você conhece está enfrentando o Transtorno do Pânico, lembre-se de que não está sozinho e que há ajuda disponível. Se uma crise de pânico te imobilizar e paralisar, não hesite em procurar um psiquiatra para obter o tratamento adequado. Não espere o quadro piorar, aumentar a intensidade das crises. Intervenha brevemente.

*Dr. Antônio Geraldo da Silva é médico psiquiatra, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria e Diretor Clínico do IPAGE – Instituto de Psiquiatria Antônio Geraldo. É Coordenador Nacional da Campanha “Setembro Amarelo”, da Campanha ABP/CFM Contra o Bullying e o Cyberbullying e da Campanha de Combate à Psicofobia.

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