A atriz e cantora Mariana Rios, que já havia aberto publicamente sua luta contra a infertilidade, compartilhou a notícia de que conseguiu engravidar após anos de tentativas frustradas, tratamentos e procedimentos que não deram certo. Foram oito fertilizações in vitro. Oito! Quem já passou por isso sabe que cada ciclo é um mergulho profundo em esperança, ansiedade, fé e, por vezes, frustração.
Mas Mariana não desistiu.
E a medicina também não.
Quando a medicina caminha junto com a fé
A história dela não é só sobre ciência. É sobre resiliência, superação e a certeza de que existem muitas formas de a vida florescer, mesmo nos terrenos mais difíceis.
A reprodução assistida evoluiu muito nos últimos anos. Hoje conseguimos usar estratégias de laboratório mais precisas, como o cultivo estendido até o estágio de blastocisto, testes genéticos embrionários e protocolos personalizados para quem tem baixa reserva ovariana ou falhas repetidas de implantação.
O caso da Mariana representa exatamente isso: a união do melhor da medicina com a força interior de quem acredita que pode dar certo, mesmo quando o caminho é longo.
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Por que algumas mulheres não conseguem engravidar com facilidade?
As causas da infertilidade são muitas: endometriose, idade avançada, alterações genéticas, falhas na implantação do embrião, alterações no útero, problemas nos óvulos ou no espermatozoide… E, muitas vezes, a resposta não está clara.
É importante entender que infertilidade não é culpa de ninguém. Ela acontece. E cada mulher carrega essa jornada de maneira única.
Mariana Rios já havia passado por um aborto espontâneo em 2020 e precisou lidar não apenas com a dor da perda, mas com as cobranças externas e internas. Mesmo assim, decidiu continuar.
E quando a ciência encontrou os caminhos certos, o positivo veio.
Não se compare. Persista.
Nem sempre a primeira tentativa dá certo. Às vezes nem a segunda ou a terceira. Mas cada passo no tratamento traz um aprendizado e um ajuste, até que a medicina encontre a melhor estratégia para o seu caso.
Hoje temos técnicas de reprodução assistida cada vez mais eficazes.
- A análise da receptividade endometrial, por exemplo, pode indicar o dia exato para transferir o embrião;
- A inteligência artificial já nos ajuda a escolher os embriões com mais chance de implantação;
- E as terapias adjuvantes vêm ampliando as possibilidades para quem já tentou de tudo;
- Testes genéticos mapeiam doenças nos pais e também no embrião antes da implantação.
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O filho sonhado vem de várias formas
Se você é uma dessas mulheres que está lendo este texto agora, talvez com lágrimas nos olhos, cansada, exausta dos negativos, eu quero te dizer uma coisa: não desista do seu sonho de ser mãe. O filho que você tanto espera pode estar mais perto do que imagina. Às vezes ele vem por um caminho diferente do que você planejou, mas ele vem.
A história da Mariana Rios é uma prova disso. E tantas outras mulheres que hoje seguram seus bebês no colo também passaram por esse mesmo turbilhão de emoções.
A medicina não faz milagres sozinha, mas quando caminha junto da fé e da perseverança, ela abre portas onde antes só havia paredes.
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Um recado final
Se você está tentando engravidar e sente que a caminhada está difícil demais, procure ajuda. Busque um especialista de confiança, faça os exames, converse, questione, escute seu coração.
A maternidade pode até demorar, mas quando ela chega, ela cura cicatrizes que nem sabíamos que existiam.
Assim como aconteceu com a Mariana, o sonho é possível. E acredite: a medicina está do seu lado. E Deus também.

Taciana Fontes | Foto: cortesia
*Por Taciana Fontes Rolindo, medica ginecologista especialista em reprodução assistida e terapia de reposição hormonal. CRM-DF 13701