A **obesidade** já foi decretada pela **Organização Mundial de Saúde** (OMS) como a doença do século XXI. Em 2025, a estimativa é de que haja 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo com **sobrepeso**, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade, isto é, com um índice de massa corporal (IMC) acima de 30.
No Brasil, essa doença crônica aumentou 72% nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019, conforme o **Mapa da Obesidade da Associação Brasileira** para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso).
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Corroborando com esses dados, segundo o **Google**, a palavra _emagrecer_ aparece sempre entre as mais **buscadas** na internet. Nesse sentido, na semana de 3 a 9 de setembro, ocorreu o 35º CBEM, o maior e mais importante evento da sociedade médica brasileira de **endocrinologia**. Várias novidades e tratamentos foram apresentados nas áreas de **endocrinologia** e **metabologia**, especialmente relacionadas ao **emagrecimento**.
Uma delas foi o medicamento **Tirzepatida** nas doses de 5mg, 10mg e 15mg. Essa medicação (caneta injetável aplicada 1 vez por semana, com 6 diferentes níveis) foi criada para tratar o **diabetes** tipo 2. No entanto, pesquisas recentes evidenciam excelentes resultados para o tratamento da obesidade. Quando comemos, nossos corpos liberam dois **hormônios**: GIP e GLP-1 que dizem ao nosso pâncreas para liberar insulina e nos ajudar a sentir **cheios**. Assim, esses hormônios nos ajudam a **digerir** nossos alimentos corretamente e mantêm nosso **açúcar** no sangue (glicose) estável. E é aí que a Tirzepatida pode ajudar, pois ela imita o que GIP e GLP-1 fazem naturalmente no nosso corpo, contribuindo com a sensação de **saciedade** e conseqüentemente **perda de peso**.
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Um estudo internacional sobre a Tirzepatida publicado em junho de 2022 na revista médica _New England Journal of Medicine_ apresentou resultados bastante animadores para a **sociedade médica**. Como conclusão, além de porcentagens médias de perda de peso bastante satisfatórias, foi observado que mais de um terço dos pacientes, cerca de 36,2%, em uso da dose máxima de Tirzepatida por 72 semanas apresentaram perda de peso equivalente ou maior que 25%. Ou seja, perda de peso muito próxima daquela obtida somente com a **cirurgia bariátrica**, um procedimento comparativamente mais **invasivo** e que pode acarretar **riscos** inerentes a qualquer cirurgia. Tais resultados nunca foram anteriormente observados com outras **medicações** para tratamento da obesidade.
Outro medicamento promissor no tratamento da obesidade é o **Bimagrumab**, um **anticorpo monoclonal** que promete uma excelente perda de peso sem perda de **massa muscular** associada. Esse é seu grande diferencial, visto que nas demais medicações para emagrecimento costumam-se ter perda de massa muscular. De fato, o objetivo da perda de peso é a melhoria da saúde: reduzir o excesso de **tecido adiposo anormal** e, ao mesmo tempo, preservar os **músculos e ossos**. Assim, a próxima geração de medicamentos antiobesidade está surgindo e trazendo a possibilidade de satisfatória perda de peso, mas também se preocupando com a **qualidade** desta perda de peso.
Uma novidade apresentada no CBEM 2022 foi sobre a dosagem e tratamento com **reposição de T3**. Como padrão, recomenda-se o tratamento do **hipotireoidismo** apenas com reposição de levotiroxina(T4). Em muitos desses casos, com a normalização do TSH e do T4 livre, os sintomas são sanados.
Em alguns casos mais específicos (cerca de 10% dos pacientes), há a normalização do T4 e TSH e, no entanto, o paciente ainda continua **sintomático**, com queixas de fadiga, cansaço excessivo, sonolência, indisposição, queda de cabelo, unha fraca, inchaço, sintomas depressivos, etc.
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Nesses pacientes, conforme apresentado no CBEM 2022, a dosagem do T3 e teste com reposição de T3 é sim uma opção, visando a melhora no quadro dos **sintomas** e qualidade de vida desses pacientes. Essa recomendação traz uma **inovação** na forma de tratar o **hipotireioidismo**. Trata-se de um novo olhar para o hipotireoidismo, em casos específicos em que a reposição de T4 não é suficiente para melhorar o quadro clínico e sintomático do paciente. Sendo necessária a terapia combinada (T4 + T3). Vale reforçar que deve-se descartar outras causas por trás dos sintomas acima mencionados, antes de prescrever a reposição combinada de T3.
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_* Bruno Babetto – médico especializado em Endocrinologia e Metabologia pela Faculdade IPEMED de Ciências Médicas (2018), Graduado em Medicina pela Universidade de Uberaba (2012). Tem experiência nas áreas de emagrecimento, tratamento de obesidade, performance, reposição hormonal, síndrome metabólica, hipertrofia, tratamento de diabetes, doenças da tireoide e distúrbios hormonais.