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Artigo: ‘Maternidade e empreendedorismo: uma relação possível’

A flexibilidade para que as mães não tenham de abrir mão do tempo com os filhos

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Das dificuldades enfrentadas pela mulher no mercado de trabalho, com certeza a de conciliar a carreira com a maternidade está entre as maiores delas. Não é fácil ter de dar conta dos afazeres domésticos e laborais ao mesmo tempo. Ambas as missões exigem responsabilidade, tranquilidade e amor. Mas, ainda que a área profissional demande cuidado e dedicação, não há como exercer as funções laborais com a cabeça pensando no que se passa em casa.

 

A maternidade, como já dito, não é fácil. Vai da primeira troca de fralda, passa pelas noites má dormidas, até o dia em que o filho segue seu caminho fora de casa. E além dessas barreiras, a mulher tem de lidar com os desafios no ambiente de trabalho, tendo de lutar para garantir igualdade de oportunidades com os homens, enfrentar os próprios medos pra entregar o melhor possível, além de ter de lidar com a dupla jornada de trabalho.

 

Ainda que o mundo esteja em constante evolução e, com isso, as mulheres cheguem ao mercado de trabalho cada vez mais qualificadas e capazes de cuidar tanto da vida profissional, quanto da pessoal, ainda há entraves para que elas tenham boas oportunidades no mercado de trabalho. É forte a ideia de que a mulher que opta pela maternidade não consegue se dedicar da mesma forma do que aquela que não tem. E muitas mulheres se cobram por ter de abrir mão do precioso tempo com os filhos para atender às demandas do trabalho.

 

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Foto: Unsplash

 

E é em razão disso que muitas mulheres acabam se tornando empreendedoras. A opção por ser dona do próprio negócio permite uma maior flexibilidade para que as mães não tenham de abrir mão de um tempo de qualidade com seus filhos. Tive a sorte e a benção de ter tido o feeling para o empreendedorismo bem cedo, aos 18 anos de idade, abri minha primeira loja, em curto prazo de tempo, tomei conta da região onde estava e a procura pelos produtos foi tão grande, que logo precisei ampliar o local de atendimento, depois comecei um projeto de expansão para outros locais em que eu percebi que existia demanda e pouca ou nenhuma oferta.

 

Mesmo obtendo êxito e sucesso, precisei lidar com desafios que demandaram muito de mim como empreendedora e mãe. Davi, meu filho de dois anos, nasceu em meio à pandemia da Covid-19. Precisei lidar com a depressão pós-parto, além da preocupação em manter as lojas abertas e todos os meus colaboradores empregados, mesmo com uma crise mundial na saúde. Desde que a pandemia começou, dei início ao trabalho em sistema de home office, mesmo que por apenas um período do dia, o que acabou sendo positivo, já que mesmo trabalhando, consigo acompanhar mais de perto cada fase do meu filho. Depois de 16 anos empreendendo, e apesar do sucesso do meu trabalho, não consigo imaginar como seria minha vida sem meu filho. Mesmo com as dificuldades que o empreendedorismo traz, o tempo que ele demanda e todas as responsabilidades que traz consigo, para mim, minha vida se tornou muito mais completa com a chegada do Davi.

 

 

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Sobre a autora: Hayane Calaça é empresária e advogada, atua como executiva no varejo há 16 anos. Fundou a empresa Mania Brasileira em 2007. Desde de 2009 é CEO do Grupo Hafre que opera 9 franquias da Havaianas no DF e GO.