A relação entre perda auditiva e demência é complexa e ainda não totalmente compreendida. No entanto, estudos sugerem que existe uma associação significativa entre as duas condições. A perda auditiva não tratada tem sido associada a um maior risco de desenvolver demência, e alguns pesquisadores propõem que a perda auditiva pode ser um fator de risco modificável para o desenvolvimento de demência.
A perda auditiva não tratada pode aumentar o risco de demência por várias razões. Uma delas é a teoria da carga cognitiva, que sugere que o esforço cognitivo necessário para compensar a perda auditiva pode sobrecarregar o cérebro, deixando-o mais suscetível a danos ou declínio cognitivo. Além disso, a privação sensorial causada pela perda auditiva pode levar a mudanças neurobiológicas que aumentam o risco de demência.
Não há uma relação clara que indique se pacientes com demência têm naturalmente problemas de audição. No entanto, é possível que indivíduos com demência tenham uma maior probabilidade de também desenvolver problemas de audição devido ao envelhecimento ou a outros fatores de risco compartilhados.
O tratamento da perda auditiva geralmente envolve o uso de aparelhos auditivos ou implantes cocleares, dependendo do tipo e grau da perda auditiva. O momento ideal para tratar a perda auditiva é assim que ela for diagnosticada, pois o tratamento precoce pode ajudar a preservar a função auditiva e reduzir o risco de complicações, como a demência.
É importante ressaltar que a perda auditiva e a demência são condições que podem afetar significativamente a qualidade de vida das pessoas afetadas. Portanto, é crucial procurar ajuda médica assim que os sintomas forem notados e seguir um plano de tratamento adequado. Além disso, medidas de prevenção, como evitar a exposição a ruídos altos e proteger a audição, podem ajudar a reduzir o risco de perda auditiva ao longo da vida.
*Ariane Gonçalves, fonoaudióloga, especialista em audição da Audiofisa e autora do livro Descomplicando a Perda Auditiva.
