Por Juvenal Araújo*
Gustavo do Vale Rocha, atual chefe da Casa Civil do Governo do Distrito Federal (GDF), é uma das figuras mais estratégicas e comprometidas com as causas sociais da gestão pública brasileira. Em um cenário político em que a desconfiança é comum, Gustavo destaca-se pela competência técnica, pela articulação eficiente e, sobretudo, pelo compromisso com os direitos humanos. Seu nome pode não ser o mais lembrado nas manchetes diárias, mas suas ações falam por si — e transformam realidades. A mais recente e simbólica dessas ações é a criação do Hotel Social do DF, um marco na política pública de acolhimento digno para pessoas em situação de rua.
A história dessa conquista, no entanto, começa muito antes. Em 2018, Gustavo Rocha ocupou o cargo de Ministro dos Direitos Humanos do Brasil. Na época, liderou uma série de políticas estruturantes voltadas a populações vulneráveis, como pessoas em situação de rua, catadores, migrantes, indígenas, quilombolas e LGBTI+. Uma de suas principais ações foi o fortalecimento do Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População em Situação de Rua e Catadores, com mais de R$ 1,3 milhão investidos em formação de redes locais de atendimento e registro de denúncias. Também foi responsável por mutirões de documentação civil em grandes centros urbanos, como São Paulo, permitindo que milhares de pessoas voltassem a ter acesso à cidadania formal — o primeiro passo para qualquer outro direito.
Sua atuação como ministro também incluiu medidas duradouras e institucionais, como a Portaria nº 72/2017, que regulamentou o Comitê Intersetorial de Acompanhamento da Política Nacional para População em Situação de Rua (PNPR). Mais que uma política de governo, tratava-se da consolidação de uma política de Estado, com diretrizes claras, escuta social e articulação entre os entes federativos.
Ao assumir a chefia da Casa Civil do Distrito Federal, Gustavo trouxe essa bagagem para o centro da máquina administrativa da capital do país. Atuando diretamente ao lado do governador Ibaneis Rocha e da vice-governadora Celina Leão, tornou-se peça-chave na articulação de políticas públicas intersetoriais, especialmente no enfrentamento à pobreza extrema e na inclusão de populações negligenciadas.
Sua atuação é silenciosa, mas decisiva. Cabe à Casa Civil integrar as ações de secretarias distintas, coordenar respostas rápidas a crises e viabilizar projetos complexos. Foi exatamente isso que Gustavo Rocha fez ao ajudar a tirar do papel o Hotel Social do DF. Mais do que um espaço físico, o Hotel Social representa uma mudança de paradigma: em vez de esconder a pobreza em galpões improvisados ou em abrigos sem estrutura, o governo decidiu oferecer acolhimento com dignidade, com quartos, alimentação, acompanhamento psicossocial e encaminhamento para políticas de saúde, trabalho e cidadania.
A viabilização do projeto só foi possível graças à habilidade de Gustavo em destravar recursos, costurar parcerias e articular o diálogo entre diferentes áreas da gestão. O Hotel Social é, portanto, o símbolo visível de uma atuação invisível para muitos, mas essencial para todos. Ele representa não apenas um abrigo, mas um gesto concreto de que o Estado está atento, presente e comprometido com os seus cidadãos mais vulneráveis.
Gustavo Rocha também foi responsável, no âmbito do GDF, por apoiar pessoalmente a criação do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política para Inclusão Social da População em Situação de Rua do Distrito Federal (CIAMP-RUA/DF). Vale destacar que o decreto que previa esse comitê existia desde 2012, mas permaneceu inerte até que, já na Casa Civil, Gustavo tomou a frente para torná-lo uma realidade. Essa ação reforça seu papel como alguém que transforma promessas antigas em políticas efetivas, com atuação proativa, comprometida e institucional.
Além disso, sua experiência na área jurídica — é advogado e ex-conselheiro do CNMP e CNJ — confere a ele uma visão técnica e estratégica fundamental para a articulação entre o direito e a política. Gustavo atua com firmeza nos bastidores da máquina pública, garantindo que os direitos mais básicos não sejam esquecidos na fila das prioridades. Ele sabe que a dignidade das pessoas em situação de rua não pode esperar, e é por isso que suas decisões têm gerado impactos concretos na vida de milhares de cidadãos invisibilizados.
O Distrito Federal avança com políticas mais humanas, integradas e estruturadas. E muito desse avanço se deve ao trabalho de Gustavo Rocha. Ao lado de Ibaneis Rocha e Celina Leão, ele se tornou um dos pilares de uma gestão que se destaca pela sensibilidade social, pela eficiência administrativa e pela visão moderna de Estado. O Hotel Social é só a ponta visível de um iceberg de ações que merecem ser conhecidas, reconhecidas — e, acima de tudo, continuadas. E aqui, neste artigo, tive o cuidado de me ater exclusivamente às ações de Gustavo Rocha voltadas às pessoas em situação de rua. No entanto, poderia facilmente discorrer sobre tantas outras entregas e políticas públicas de direitos humanos criadas por ele em âmbito federal, em áreas como infância, juventude, acessibilidade, combate à violência institucional, igualdade racial, entre tantas outras que igualmente merecem reconhecimento.

Juvenal Araújo | Foto: Tony Oliveira/ Agência Brasília
* É subsecretário de Direitos Humanos e Igualdade Racial da Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal. Foi titular da Secretaria Nacional de Promoção da Igualdade Racial, da Secretaria Nacional de Políticas para Comunidades Tradicionais, da Secretaria Nacional de Políticas de Ações Afirmativas, da Presidência Pro Tempore do Brasil, na IV Reunião de Altas Autoridades sobre os Direitos dos Afrodescendentes (RAFRO).
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