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Artigo: ‘A desculpa da falta de tempo’

Não sei exatamente o quanto em comum você tem com Jeff Bezos, Elon Musk, Warren Buffett, Jorge Paulo Lemann e tantos outros bilionários. Mas uma coisa eu tenho certeza de que você tem e eles também: **24 horas por dia**.

Eles podem ter jatos, carrões, ser muito ricos, mas não conseguiram criar um dia com mais de 24 horas. Até onde eu tenho conhecimento, o dia deles tem a mesma duração do que o de qualquer outro pobre mortal. E, vale lembrar, eles têm dezenas de empresas, milhares de funcionários e uma fortuna imensa para administrar.

Não podemos praguejar: **o tempo é extremamente justo** ao dar igualmente a todos os mesmos segundos e minutos de cada hora.
Porém, um dos grandes mitos que se criou no cenário corporativo é o da **falta de tempo**.

A falta de tempo é um hábito tão difundido que, praticamente, passou a ser usado como um remédio sem contraindicações, e descaradamente.
“_A suposta grande miséria do nosso século é a falta de tempo_” (John Fowles).

Concordo que o tempo, às vezes, é escasso para se fazer tudo da forma que gostaríamos de fazer. Mas usar a falta de tempo para deixar de fazer é mesmo uma desculpa esfarrapada.

E como não é possível fazer o dia ser mais longo do que é, a melhor maneira de aproveitá-lo bem é **administrando-o bem**.

O tempo realmente é um dos bens mais importantes nos negócios. Por inferência, uma das chaves do sucesso de Bezos, Musk, Buffett, Lemann foi saber **usar** bem o tempo para realizar os seus projetos.

No início da minha carreira de advogado e empreendedor, o meu dia parecia muito curto. Com o passar do tempo, percebi que desperdiçava boa parte dele com **coisas sem importância**. Passei, então, a ser mais seletivo e a me concentrar 100% naquilo que, de fato, era importante para os meus negócios.

Esse tema, a falta de tempo, me ocorreu após ler um artigo sobre liderança que me recordou do **Método Pomodoro** (até o nome é saboroso).
O método é um processo de **gestão do tempo**, que foi desenvolvido pelo universitário italiano Francesco Cirillo, no final dos anos de 1980. E foi batizado assim em razão do temporizador de cozinha que ele usou, em formato de tomate.

O objetivo do Método Pomodoro é “_reduzir o impacto das interrupções externas e internas no foco e fluxo de trabalho_”.

![](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/pomodoro_timer_700x467_1ea8e0f360.jpg)

Com ajuda de um cronômetro, o trabalho é **dividido em intervalos** —chamados de Pomodoro. Cada intervalo trabalhado geralmente dura **25 minutos**, e as pausas, **entre 3 e 5 minutos**. A duração de cada Pomodoro dependerá da natureza do trabalho a ser realizado e sua preferência pessoal, é claro.

Em síntese, Cirillo desenvolveu esse método com a ideia de que o **gerenciamento de distrações** é a fórmula para se manter o foco, com pausas regulares e bem espaçadas.

Há uma vasta literatura sobre o Método Pomodoro e outros que nos ajudam a gerir melhor as nossas 24 horas diárias. Então, “_tudo o que temos que decidir é o que fazer com o tempo que nos é dado_” (JRR Tolkien).
Mas lembre-se: **a falta de tempo pode ser falta de direção**. E, concorde ou não, você está certo. “_Até um relógio parado está certo duas vezes ao dia_”.

![Nelson Wilians](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/NW_casa_set21_4145_92a07afdcb_eb22cc8894.jpg)

*_Nelson Wilians é empreendedor, advogado, fundador e presidente do Nelson Wilians Advogados_

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