O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), fez duras críticas, nesta quinta-feira (11), a Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais do governo Lula, durante um evento da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), ocorrido em Londrina (PR).
No decorrer da programação, jornalistas indicaram que aliados de Lira votaram contra a prisão do deputado Chiquinho Brazão, acusado de envolvimento no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol).
Mesmo com a mobilização dos aliados de Lira, a Câmara decidiu manter Brazão detido após análise em plenário e na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Na resposta para os jornalistas, Lira afirmou que a especulação sobre seu “enfraquecimento” político devido à decisão da Câmara seria consequência de comentários feitos por Alexandre Padilha, a quem classificou como “desafeto pessoal” e “incompetente”.
“Essa notícia foi vazada do governo e basicamente do ministro Padilha, que é um desafeto, além de pessoal, incompetente. Não existe partidarização. Deixei bem claro que ontem a votação era de cunho individual, cada deputado [era] responsável pelo voto que deu”, disse.
A votação sobre o caso de Chiquinho Brazão, que teve 277 votos favoráveis à manutenção da prisão definida pelo STF, indicou, segundo Lira, o descontentamento da Câmara com interferências do Judiciário de forma corriqueira. Isso porque o placar atingiu apenas 20 votos a mais daqueles necessários para manter o parlamentar encarcerado.
Lira enfatizou que o julgamento do deputado investigado ocorrerá no Conselho de Ética da Câmara e, também, na Justiça, e ressaltou que a votação sobre o caso específico não afetará posições partidárias ou eleições futuras na Casa.