Armani determinou em testamento a venda de parte de sua empresa para rivais

Sem filhos, estilista deixa parte de seu patrimônio para companheiro, sobrinhos e sua fundação

O testamento de Giorgio Armani, estilista que morreu em 4 de setembro de 2025, revelou um dos pontos mais decisivos para o futuro da grife: a venda gradual da Giorgio Armani SpA a um dos gigantes do setor de luxo. O documento, manuscrito por Armani em março e abril de 2025, indica três compradores preferenciais: a LVMH, dona da Louis Vuitton, a L’Oréal, do ramo da beleza, e a EssilorLuxottica, líder em produtos para saúde visual, ou a outro grupo de “igual prestígio”.

O testamento estabelece que 15% do império construído por Armani em cinco décadas sejam vendidos em até 18 meses, seguidos de uma nova venda de 30% a 54,9% dentro de três a cinco anos. O processo será conduzido pela Fundação Giorgio Armani, criada em 2016 para assegurar a preservação do legado do estilista e a independência da marca. A fundação ficará responsável por negociar as condições da transação e acompanhar a governança da companhia.

A sucessão também prevê a distribuição de direitos de voto: Leo Dell’Orco, parceiro de longa data de Armani, ficará com 40%; as sobrinhas Silvana Armani e Andrea Camerana terão 15% cada; e a fundação deterá cerca de 30%.

No testamento, Armani deixou claro que a identidade da grife deve ser mantida, com gestão pautada pela ética, integridade e discrição, sem abrir mão da inovação e da excelência que sempre marcaram suas criações. A decisão de abrir caminho para uma eventual aquisição por rivais representa uma guinada significativa em relação à postura anterior do estilista, que durante décadas resistiu a integrar sua marca a conglomerados internacionais.

Segundo a Forbes, a fortuna de Armani é estimada em US$ 12,1 bilhões. O estilista estava no comando criativo e era o único acionista da empresa – desde a morte de Sergio Galeotti em 1975 -, que faturou cerca de € 2,3 bilhões em 2024.

 

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