Até o meio-dia deste domingo (19), cerca de 30% dos eleitores registrados na Argentina haviam depositado seus votos para o segundo turno das eleições presidenciais, segundo veículos da mídia local. O número reflete ritmo semelhante ao observado nas eleições primárias e no primeiro turno. Candidatos ao pleito, o atual ministro da Economia, Sergio Massa, e o populista libertário Javier Milei já votaram em suas respectivas seções eleitorais.
Massa afirmou que o processo ocorre “dentro da normalidade” e classificou as eleições como “muito importantes para decidir os próximos quatro anos” do país. “Convido todos os argentinos a passar este dia com reflexão, calma e esperança. Estamos iniciando uma nova etapa na Argentina, que requer, acima de tudo, o diálogo e o consenso necessários para seguir um caminho mais virtuoso no futuro”, afirmou ele, durante coletiva de imprensa, conforme vídeo publicado pelo Clarín.
Milei também falou à imprensa, afirmando que realizou “todo o esforço possível”, de acordo com o La Nacion. “Agora, que falem as urnas”, disse, acrescentando que as cédulas estão funcionando sem problemas. Anteriormente, o candidato havia acusado o processo eleitoral de fraude e seu partido, La Libertad Avanza (LLA), reclamou de cédulas cortadas em algumas unidades eleitorais nesta manhã. Órgãos públicos responsáveis pelas eleições – como a Junta Nacional Eleitoral e a Câmara Eleitoral – reiteraram diversas vezes a integridade e segurança do processo eleitoral argentino.
Repercussão no Brasil
No dia do segundo turno das eleições na Argentina, políticos governistas e de oposição do Brasil estão divididos entre apoiar Javier Milei (La Libertad Avanza) e Sergio Massa (Unión por la Patria) no X (antigo Twitter). A primeira-dama Janja da Silva mostrou o seu apoio a Massa ao postar uma tirinha da personagem Mafalda, enquanto o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) defendeu a vitória de Milei como forma do País “se livrar da esquerda’.
Na manhã de sábado (19), a primeira-dama publicou uma foto de Mafalda, de autoria do cartunista argentino Quino, junto com a Mônica, do brasileiro Maurício de Sousa. Na legenda, Janja escreveu “Que Massa esse abraço!”. O termo “massa” foi colocado com a primeira letra em maiúsculo para se referir ao candidato de centro-esquerda do Unión por la Pátria.
Na última terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o país vizinho precisa eleger um presidente que “goste de democracia”. O petista classificou a Argentina, principal parceiro do Brasil na região, e o bloco Mercosul como “muito importante” para o país e afirmou que os dois países precisam um do outro. Ao longo da sua campanha à Casa Rosada, Milei sugeriu que poderia retirar os argentinos do bloco caso seja eleito.
Bolsonaristas relacionam liberdade com a vitória de Milei
Flávio Bolsonaro publicou um post de apoio ao libertário, e afirmou que a Argentina tem uma oportunidade de “se libertar da esquerda, de décadas de hiperinflação e de crise econômica e social”. 1A declaração do filho do ex-presidente faz referência ao fato de Massa ser o atual ministro da Economia do País, que registrou uma inflação de 142,7% em outubro.
O deputado federal Rodrigo Valadares (União-SE) publicou uma imagem de Milei nas suas redes sociais e afirmou que o libertário está indo “rumo a vitória”. “Que o povo argentino escolha o caminho da liberdade e da prosperidade”, afirmou.