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Archives: projeto de Rodrigo Trussardi desembarca em Brasília

O designer que presenteia as brasilienses com seleção especial de peças do seu acervo conversou com o GPS
Gabi Constantino e Rodrigo Trussardi (Fotos: Rayra Paiva)

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As fashionistas brasilienses terão a oportunidade de fazer um verdadeiro passeio pela história da moda dos últimos 30 anos. Com um acervo riquíssimo de peças, o designer Rodrigo Trussardi traz para Brasília o seu projeto Archives, com exclusividade no Pretty New, plataforma de second-hand de luxo.

Até o próximo dia 8 de fevereiro, peças selecionadas do acervo pessoal do designer – algumas nunca usadas – estarão expostas na unidade do Pretty New, no Lago Sul, ao alcance de todas as admiradoras. Dentre as escolhidas, roupas de grandes marcas de luxo como Prada, Chloé e Givenchy, e também itens de marcas menos conhecidas. A intenção é mostrar a atemporalidade das peças, que mesmo com o passar dos anos, continuam elegantes.

Para estrear o projeto na cidade, em tarde intimista, nessa terça-feira (30), Rodrigo se juntou à fundadora do Pretty New, Gabi Constantino, em um talk com a temática ‘Como curar peças e comprar bem no second hand’. As convidadas puderam prestigiar a conversa, fazer perguntas, e claro, conferir de perto a seleção do designer.

Gabi Constantino conta que Rodrigo a procurou no ano passado para falar do ‘Archives’ e que, ao abrir as portas do espaço para ele, já imaginava que a seleção de peças seria incrível.

“Rodrigo é uma pessoa de extremo bom gosto e com muita experiência em Moda, e estou muito feliz de trazê-lo aqui e permitir que as clientes de Brasília acessem o acervo dele, pois assim como ele, o Pretty New também tem esse cuidado em curadoria e em incentivar a moda circular”, afirma Gabi.

O designer, que também pretende levar o ‘Archives’ para cidades como Belo Horizonte e Ribeirão Preto, afirmou que as peças são selecionadas de acordo com o clima e a história da cidade em que o projeto estiver passando. Em bate-papo com a equipe do GPS|Brasília, ele fez uma seleção de seis peças que ele considera a cara das brasilienses:

Blazer Requiem
Vestido Missoni
Vestido Philosophy
Regata Gucci
Vestido Derek Lam
Vestido Cavalli

Rodrigo Trussardi é de uma família tradicional na indústria têxtil, e ter crescido nesse meio influenciou a sua paixão pela moda. Foi designer da Mixed por mais de 15 anos e também fundou em 2017 a SuperSuite 77, marca de moda feminina que interrompeu suas atividades durante a pandemia. Confira o bate-papo do designer com o GPS|Brasília:

Vindo de uma família com grande tradição na indústria têxtil, como foi o início da sua trajetória na moda? A sua família teve influência, ou você teve esse despertar sozinho?

Acho que foi um misto: cresci numa fábrica e sempre vivenciei essa rotina de feiras de moda desde à infância. Também via meu pai fornecendo tecidos para grandes marcas… eu comecei a produzir para vender roupas de maneira despretensiosa pra alguns amigos. Comecei aos 18 anos e nunca mais parei. O que começou como uma brincadeira para me ajudar a pagar contas, virou minha profissão.

Como é o seu processo de criação?

Quando eu me desliguei da Mixed, fui morar em Nova York e ficava pensando em como criar uma marca numa cidade onde já existia de tudo. Foi uma viagem muito pessoal. A SuperSuite 77 sempre teve essa característica atemporal, misturando alfaiataria com um toque mais esportivo que expressava muito o meu jeito de ser, o meu gosto. Se você está em um mercado competitivo, você tem de ter uma essência muito forte, do contrário a marca se perde.

Falando um pouco sobre o cenário atual, como você enxerga essa moda cada vez mais tecnológica, com Inteligência Artificial e ideias para viralizar nas redes sociais? Para onde você acha que ela está caminhando?

Eu acho que a parceria entre estilista e celebridade na moda sempre existiu, desde as premiações do Oscar até chegar na camiseta que a influencer usa. O poder de influência cresceu muito e não existe uma moda só, e existe diversas maneiras de se influenciar, pois cada tribo tem um influenciador. A moda hoje é super diversa e não existe mais esse conceito de ‘cor da moda’, isso ficou pra trás. Os artistas e a Música sempre influenciaram a moda, e isso não é de hoje. Todo mundo pode ter uma voz.

Ainda sobre influenciadores e celebridades, se fosse pra você escolher alguém para estrelar um catálogo de uma marca dentro do seu estilo, quem você escolheria?

Quando eu criava minhas coleções, sempre preferi criar na minha cabeça um homem ou uma mulher que fossem interessantes para mim. Eu criava uma persona com uma profissão, pensava em determinada cidade, personalidade e isso me direcionava a montar um guarda-roupa para ela em diferentes situações. Eu nunca quis copiar alguém, e acho que uma marca tem de ser a cara do seu estilista. Não me vejo refém de nenhuma musa.

Como você foi percebendo a mudança do olhar do público, principalmente um público mais velho que gosta de consumir marcas de luxo e que de certa forma “torcia o nariz” pra moda circular, mas que agora já é visto de maneira diferente?

Existe uma expressão que se fala há muitos anos que é o ‘hi-lo’, misturar fast-fashion com grandes marcas. A mulher antenada já pratica isso há muito tempo, e acho que hoje é mais uma maneira super em alta de misturar um pouco de tudo isso e investir em peças de maior qualidade comprando em lojas que incentivam a moda circular.

Agora, fique com os cliques de Rayra Paiva do encontro: