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Após vetos ao PPCub, deputado alerta para insegurança jurídica do texto

Gabriel Magno criticou vetos ao Plano de Preservação de Brasília e encaminhou texto ao PT
Gabriel Magno tentou barrar atrocidades
Deputado Gabriel Magno | Foto: Agência CLDF

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O deputado distrital Gabriel Magno (PT) alertou, nesta semana, que, embora algumas emendas da oposição tenham sido incorporadas, os vetos ao texto do Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub) representam sérios riscos à integridade de Brasília e do patrimônio mundial.

“O objetivo do PPCub deveria ser a preservação. No entanto, dispositivos fundamentais foram vetados, deixando lacunas que comprometem essa missão”, afirmou o deputado.

A declaração do parlamentar ocorreu após o anúncio do chefe do Executivo local de vetar alguns dos pontos polêmicos para a preservação do patrimônio de Brasília, especialmente, no projeto instituído pela Lei Complementar nº 1.041, de 2024.

Segundo Magno, os vetos do governador a diversos dispositivos da lei têm gerado apreensão entre parlamentares e especialistas na área. A síntese do distrital foi encaminhada do diretório do Partido dos Trabalhadores para uma possível ação judicial.

Um dos vetos mais preocupantes, segundo Magno, é ao artigo 5º, que previa a elaboração de um Projeto de Lei Complementar para definir a área de entorno do Conjunto Urbanístico de Brasília e as normas de ocupação em um prazo de dois anos.

“A definição dessa zona tampão é uma das recomendações do Relatório da Missão Unesco de 2012, e sua ausência pode abrir brechas para a ocupação desordenada”, explicou.

Outro ponto crítico é o veto ao artigo 93, que estipulava que o cálculo das áreas no coeficiente de aproveitamento deveria seguir as diretrizes do Código de Obras e Edificações do Distrito Federal (COE). Magno alerta que, sem essa harmonização, há risco de conflitos normativos e insegurança jurídica.

O veto ao artigo 165 foi classificado como “o mais perigoso” pelo deputado distrital. O dispositivo determinava que planos, programas e projetos relacionados à preservação e ocupação urbana fossem aprovados por Lei Complementar específica, assegurando o cumprimento dos ritos previstos na legislação urbanística.

“Este veto dá ao Executivo um verdadeiro cheque em branco, permitindo que obras e desafetações sejam realizadas sem a devida transparência e sem a necessária aprovação da Câmara Legislativa”, criticou Magno.

A preservação das áreas verdes também foi prejudicada, segundo o oposicionista, com o veto ao inciso IV do artigo 129, que tratava do mapeamento das áreas verdes da Escala Bucólica, fundamental para manter o caráter de Brasília como uma cidade-parque.

“Este dispositivo era uma conquista importante para a preservação dos nossos espaços verdes, defendido unanimemente por especialistas e necessário para a manutenção do equilíbrio ambiental da cidade”, reforçou o parlamentar.

O deputado concluiu o texto ressaltando a necessidade de reverter os vetos para garantir a integridade do Plano de Preservação e a proteção do patrimônio de Brasília, conforme as recomendações internacionais.

“A luta pela preservação do nosso patrimônio é contínua, e não podemos permitir que decisões políticas coloquem em risco o que é um legado de todos os brasileiros”, finalizou.