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Após firmar União Progressista, centrão e direita articulam vitória em 2026 durante jantar em Brasília

Governadores e caciques celebraram a junção do PP com União Brasil e ventilaram alternativas contra Lula no pleito do ano que vem

A oficialização da federação União Progressista, que une União Brasil e Progressistas, ganhou contornos com tons eleitorais em jantar reservado, realizado na noite desta terça-feira (19), no Lago Sul, bairro nobre de Brasília.

O encontro reuniu governadores, senadores, caciques e líderes partidários em torno da construção de uma frente do centrão e da direita para disputar o Planalto no ano que vem, em meio à impossibilidade da candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tido até então como a maior força do grupo político. 

Entre os nomes ventilados para o Planalto e que estiveram no evento, Ronaldo Caiado (União-GO) e Ratinho Júnior (PSD-PR) receberam apoio de aliados como alternativas contra o projeto do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), possível sucessora de Ibaneis Rocha ao Palácio do Buriti, destacou a importância da federação e da junção de partidos aliados dentro do campo da direita para tentar a derrota do grupo que atualmente ocupa a principal cadeira da Praça dos Três Poderes.

O jantar une dois propósitos. Primeiro, o momento da federação União Progressista, que se torna a maior força política do Brasil. E segundo, falar sobre a perspectiva de Nação, juntar os governadores de centro-direita para ter um alinhamento do que a gente pensa. Acho que é um momento político muito importante, que com certeza vai afetar diretamente a próxima eleição”, afirmou.

Cotado como uma das possibilidades ao Planalto no campo da direita em 2026, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), classificou o encontro em Brasília como “histórico”.

Nunca vi uma reunião com o peso, a importância e a estrutura política que foi hoje aqui realizada. Isso mostra que a centro-direita está definitivamente ciente da sua responsabilidade e que vamos para 2026 para ganhar as eleições do PT e do Lula. Esse é um compromisso de todos os que participaram do jantar”, declarou.

Presidente da nova federação e cacique do Progressistas, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) reforçou que a prioridade é manter os partidos unidos até o ano que vem. Segundo ele, “esse grupo vai estar, no mínimo, no segundo turno das eleições”, arriscou.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), participou da confraternização acompanhado da primeira-dama Mayara Noronha Rocha. O emedebista esteve no evento poucas horas após receber a notícia da aprovação, pela Câmara Legislativa (CLDF), da compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), uma de suas principais bandeiras. O emedebista, no entanto, não concedeu entrevistas à imprensa ao deixar o local.

Também marcaram presença: o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB); o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab; os governadores Romeu Zema (Novo-MG), Cláudio Castro (PL-RJ) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP); os presidentes do MDB, Baleia Rossi, e do PL, Valdemar Costa Neto; além da senadora Tereza Cristina (PP-MS); o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União-BA); o atual prefeito de Salvador, Bruno Reis (União-BA); e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).

Sanções

A movimentação no bairro mais valorizado da Capital Federal ocorreu também após a repercussão internacional sobre as sanções dos Estados Unidos contra o Brasil no caso Bolsonaro, articulado pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em defesa do pai.

O presidente norte-americano Donald Trump tem anunciado sucessivas punições ao governo brasileiro, como o tarifaço de até 50% sobre os produtos nacionais, por considerar Jair Bolsonaro um político perseguido pelas instituições nacionais, especialmente pelo Judiciário.

Trump sinaliza recuar das sanções caso os Poderes do Brasil promovam a anistia do ex-titular do Planalto. A Suprema Corte, contudo, não tem alimentado esperança ao republicano. Além disso, após a movimentação, Ao defender a soberania nacional, Lula tem registrado melhoras na popularidade entre os brasileiros, de acordo com recentes pesquisas. 

Atualmente, Jair Bolsonaro está inelegível por decisão colegiada do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O líder político também é réu em ação que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e que será julgada no início de setembro sobre atentado violento contra o Estado Democrático de Direito.

Além de outras questões, o capitão da reserva é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo fato de tentar um golpe de Estado contra o resultado do pleito eleitoral de 2022, quando Lula acabou vitorioso.

A defesa de Bolsonaro nega veementemente a participação do ex-presidente nas conspirações registradas pelas investigações da Polícia Federal e remetidas para as instâncias superiores.

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Valdemar Costa Neto, Celina, Ibaneis e Ciro Nogueira | Foto: Renato Alves/GDF

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