A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Esportivas no Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (21), a convocação do influenciador e humorista Carlinhos Maia (que reúne mais de 35 milhões de seguidores no Instagram) para prestar depoimento aos parlamentares. A proposta foi apresentada pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da comissão, por meio do requerimento nº 462/2025.
A CPI foi instalada com o objetivo de investigar possíveis fraudes, manipulação de resultados e a crescente atuação de personalidades da internet na promoção
No caso de Maia, o objetivo é ouvir o criador de conteúdo sobre sua participação em campanhas de divulgação de plataformas de apostas online, especialmente em redes sociais. Ainda não há data definida para o comparecimento de Carlinhos Maia ao Senado.
Caso atenda à convocação, ele será o terceiro influenciador digital a prestar esclarecimentos à CPI, seguindo os depoimentos de Virginia Fonseca e Rico Melquiades, que já falaram aos senadores sobre contratos e publicidades com empresas do setor.
Recentemente, durante participação num podcast, a senadora Soraya Thronicke (União-MS) declarou que Carlinhos Maia é o “maior expoente” na promoção de sites de apostas, destacando a popularidade do chamado “Joguinho do Tigrinho”. “Ele está na nossa mira”, afirmou a parlamentar
De acordo com Soraya, a convocação só não foi realizada anteriormente por dificuldades em alcançar o quórum necessário nas sessões da CPI.
A reunião desta quarta-feira também contou com o depoimento do padre Patrick Fernandes, que foi convidado após relatar ter recebido ofertas para divulgar sites de apostas em suas redes sociais. O religioso, no entanto, recusou as propostas e alertou sobre os perigos desse tipo de publicidade.
Na oitiva, Patrick, que não é investigado, defendeu mudanças na legislação para coibir a atuação de influenciadores que promovem jogos de azar.
“Se não dá para acabar com as casas de apostas, que ao menos se crie um mecanismo legal para inibir quem divulga. Seja por multa, imposto ou outra forma de responsabilização”, sugeriu.