O Ministério das Relações Exteriores do Brasil convocou, nesta quarta-feira (9), o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, para prestar esclarecimentos sobre declarações do ex-presidente americano Donald Trump. Em novas publicações na rede social Truth Social, o presidente norte-americano criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) e saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado.
Trump classificou as investigações contra o ex-presidente brasileiro como uma “caça às bruxas”. Em uma de suas mensagens ainda afirmou que Bolsonaro deveria ser julgado “pelo voto do povo” e que as ações judiciais contra ele são meramente políticas.
“Ele não é culpado de nada, exceto por lutar pelo povo”, escreveu Trump.
A Embaixada dos EUA emitiu um comunicado oficial concordando com o posicionamento de Trump e reiterando que a perseguição política a Bolsonaro é “vergonhosa e desrespeita as tradições democráticas brasileiras”.
Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, através de nota, que a defesa da democracia no Brasil é responsabilidade dos brasileiros e rejeitou qualquer tipo de interferência externa. “Somos um país soberano. Não aceitamos tutela de quem quer que seja”, afirmou.
O julgamento de Bolsonaro, iniciado em março, ocorre sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. A manifestação está sendo considerada uma afronta diplomática, por isso, provocou reações do governo brasileiro.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, licenciou-se do mandato e mudou-se para os EUA, com o objetivo de articular apoio internacional e até sanções contra o ministro Alexandre de Moraes. Na última quinta-feira (3), Moraes prorrogou por 60 dias o inquérito que apura a atuação de Eduardo junto ao governo americano, o que agravou ainda mais as tensões diplomáticas entre os dois países.