Um dos membros mais ativos da oposição no Congresso, o senador Izalci Lucas (PL-DF) afirmou, nesta quinta-feira (7), que a estratégia em torno da votação do pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), passa pela aprovação, na Câmara dos Deputados, do fim do foro privilegiado e da anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro de 2023. “No total, nós conseguimos 47 assinaturas, sendo 41 de senadores titulares“, informou ao GPS|Brasília.
Será aprovado, na semana que vem, na Câmara dos Deputados, o fim do foro privilegiado, que tem sido usado como intimidação pelo Supremo, e a anistia. E isso virá para o Senado, que vota estas duas matérias, mais o caso do (senador) Marcos do Val”, disse, acrescentando que a decisão de pautar o impeachment do ministro está nas mãos do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
No caso de Marcos do Val, obrigado a usar tornozeleiras após descumprir medidas cautelares do STF, Alcolumbre já teria se comprometido a recorrer da medida ao Supremo, de acordo com o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN). Izalci disse ainda que o grupo oposicionista esteve com Alcolumbre na quarta-feira (6). “Na pratica, o compromisso é colocar em pauta, como ele sempre fez quando presidiu o Senado quando o PL estava na Presidência da República”, acrescentou, em alusão ao período de 2019 a 2021, época da primeira psssagem do senador amapaense pelo cargo.
Só o fato de ter conseguido a maioria já é um recado. Caso o pedido seja votado e se confirme a maioria, Alexandre de Moraes será afastado por seis meses, justamente por termos aprovado o pedido de admissibilidade do impeachment. Em seguida, terá todo o direito de defesa e faz-se o relatório, que vai a plenário”, contou.
Alcolumbre evita comentar pleito dos senadores
Para o impeachment de Alexandre de Moraes ser aprovado é necessário o voto favorável de 54 senadores em plenário, equivalentes a dois terços da Casa. No entanto, há resistências por parte de Davi Alcolumbre em pautar o impeachment. Nesta quinta-feira, ao entrar no plenário, o presidente do Senado se limitou a dizer “vamos trabalhar” ao ser questionado pela imprensa. Por enquanto, Alcolumbre não dá sinais de que vai se comprometer com a pauta dos bolsonaristas.