O Brasil registrou, na quinta-feira (15), o primeiro caso de gripe aviária (IAAP) em uma granja comercial, localizada em Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O foco foi detectado em um matrizeiro, uma granja de produção de ovos férteis, e levou o Ministério da Agricultura a declarar emergência zoossanitária na região por 60 dias, com restrições para um raio de 10 km ao redor do local.
Em razão desse caso, a China, maior importadora de carne de frango brasileira, suspendeu imediatamente a compra do produto do Brasil, também por 60 dias, conforme previsto no protocolo sanitário entre os dois países. Essa suspensão abrange todo o território nacional, embora o governo brasileiro estivesse em negociações para restringir os embargos apenas à área afetada.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, explicou que o protocolo com a China determina a suspensão automática das exportações em casos de gripe aviária, sem considerar a regionalização da doença. Ele também ressaltou que o Brasil já estava em processo de negociação com a China para regionalizar os embargos e evitar impactos maiores nas exportações.
O caso de Montenegro é o primeiro envolvendo o sistema comercial de produção de frango, já que até o momento a gripe aviária afetava apenas aves silvestres e de subsistência. O Ministério da Agricultura informou que, desde 2023, o país já registrou 166 focos da doença, mas nenhum no sistema comercial até agora.
Apesar da suspensão temporária das exportações, o ministério assegura que o Brasil mantém protocolos sanitários robustos e a capacidade de controlar surtos rapidamente. Fávaro destacou que outros países, como Japão, Emirados Árabes e Arábia Saudita, já adotaram medidas de regionalização, permitindo que o comércio com o Brasil continue sem maiores interrupções.
*Com informações da Agência Brasil