O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (15) que não pretende solicitar asilo, mesmo diante do avanço das investigações que o colocam no centro de uma suposta tentativa de golpe de Estado. Em entrevista, ele classificou como infundadas as suspeitas contra si e disse estar disposto a enfrentar os processos na Justiça. A entrevista foi cedida para a CNN.
“Vou ser preso por quê? Por ter destruído o relógio em Brasília? Eu estava nos Estados Unidos. Isso é um crime impossível. Não vou pedir asilo se não cometi crime algum. É como o presidente Trump tem dito: ‘Caça às bruxas’. Vou enfrentar o processo. Vamos ver até onde eles vão”, afirmou.
A declaração foi feita um dia após a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedir a condenação de Bolsonaro e de outros sete investigados, apontados como líderes de uma tentativa de golpe de Estado.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, encaminhou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), as alegações finais na ação penal contra o chamado “núcleo 1” da investigação, que reúne figuras centrais na suposta articulação golpista.
Entre os alvos da PGR, além do ex-presidente, estão os ex-ministros Alexandre Ramagem, Augusto Heleno, Anderson Torres, Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier.
Durante a entrevista, Bolsonaro também fez críticas à política externa brasileira e ao grupo Brics, que, segundo ele, teria se aproximado de regimes autoritários.
“O Brasil se afastou dos valores americanos, está ao lado de ditaduras e de terroristas. O Brics agora virou uma reuniãozinha de pequenos ditadores. Tem criminosos de guerra do mundo todo”, afirmou.