A Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema Nacional) divulgou, nesta quinta-feira (19), uma nota em resposta às declarações da senadora Damares Alves (Republicanos-DF).
Colecionadora de polêmicas, a parlamentar havia acusado brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de provocarem os incêndios que atingem diversas regiões do país. As informações são do Correio Braziliense.
Na última quarta-feira (18), Damares afirmou que “o Xingu está em chamas porque os brigadistas estão fazendo uso das queimas prescritas”, uma prática utilizada para controle do fogo em áreas florestais. A fala gerou forte repercussão entre ambientalistas e servidores do setor.
Em resposta, a Ascema Nacional repudiou as declarações da senadora, quando destacou o trabalho dos brigadistas na preservação ambiental.
“As acusações feitas pela senadora não têm qualquer respaldo técnico ou científico e desrespeitam profissionais que arriscam suas vidas no combate aos incêndios florestais”, declarou a entidade.
A Ascema também explicou que as queimas prescritas são realizadas de forma controlada e com base em protocolos técnicos do Manejo Integrado do Fogo (MIF).
“Esta técnica é utilizada como forma de prevenir incêndios e jamais seria aplicada em períodos inadequados, como na seca extrema”, afirmou a entidade.
Segundo a associação, o manejo é implementado durante períodos de maior umidade, no início da seca ou após as primeiras chuvas, com o objetivo de prevenir incêndios maiores. A Ascema ainda criticou a distorção de informações, que segundo eles, busca “criminalizar profissionais que arriscam suas vidas para proteger o meio ambiente, animais e populações afetadas”.
A nota finaliza reforçando que tanto a Polícia Civil quanto a Polícia Federal estão investigando as queimadas e que a Ascema tomará medidas legais contra as declarações da senadora.
A entidade pretende notificar Damares Alves extrajudicialmente, solicitando uma retratação pública. “É inadmissível que profissionais dedicados ao bem-estar ambiental sejam atacados com acusações levianas enquanto desempenham suas funções”, concluiu a associação.